Equipamento capta pontos de medição, transformando-os em imagens.O projeto pioneiro de um gaúcho de Carlos Barbosa pode levar a melhorias na exploração petrolífera no Brasil. Técnico agrícola, filósofo e geógrafo, Fabiano Ferrari pesquisou durante dois anos e meio e descobriu como um aparelho chamado Laser Scanner 3D pode ser usado para medir jazidas localizadas em afloramentos rochosos.
Até então, os geólogos faziam essa análise com base em fotografias, o que não permitia o nível de detalhamento necessário para esse tipo de projeto. O trabalho de mestrado dele sobre esse assunto teve apoio da Petrobras e foi desenvolvido sob orientação de professores da Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos).
Os experimentos foram realizados em um afloramento rochoso chamado Pedra Pintada, na cidade de Caçapava do Sul, Interior do Rio Grande do Sul. O Laser Scanner foi instalado em sete pontos diferentes, ao redor da montanha. Durante essas pesquisas foram captados aproximadamente 17 milhões de pontos de medição.
Depois disso, os pontos foram transformados em uma imagem da rocha. Os dados, por sua vez, foram transpostos para um software que tem a função de calcular o tamanho de espaço vazio dentro do afloramento.
"Através dessa manipulação realizada no software conseguimos transformar as imagens captadas pelo equipamento em 3D e, assim, analisar as rochas sob três dimensões", explica o geógrafo. Outra descoberta foi a possibilidade de fazer os mapeamentos mesmo em uma distância de até um quilômetro da rocha.
Na prática, esse trabalho ajudou na compreensão de como o Laser Scanner pode medir afloramentos rochosos e avaliar tamanho do reservatório de petróleo ou água no seu interior. Dessa mesma forma também é possível identificar e medir fósseis ósseos, auxiliando o trabalho de paleontólogos.
O trabalho realizado foi apresentado há cerca de três meses e já está sendo usado pelos geólogos da Unisinos para esse tipo de interpretação.
Ferrari explica que, além dos dados referentes ao tamanho externo e interno da rocha, o estudo para levantamento de informações sobre capacidade de armazenamento de petróleo deve levar em consideração a formação geológica do solo. Uma rocha, por exemplo, é formada a partir de grãos de areia que, com o tempo, vão se fundindo para formar uma estrutura sólida. "Com o equipamento e o método de processamento adequados, é possível compreender de que forma ocorreu esta formação", diz.
Esse trabalho com o Laser Scanner 3D é pioneiro no Brasil, segundo o geógrafo. "Existe uma iniciativa de uma universidade do Nordeste, mas eles usaram outro tipo de equipamento para tentar obter esse resultado", acrescenta. O pesquisador também é o proprietário da Ferrari Solutions, empresa de tecnologia que trabalha com imagens de satélites e faz mapeamentos.
Ferramenta ajuda a desvendar mistérios da pele e do cabelo
A Procter & Gamble apresentou durante o Congresso Mundial de Dermatologia de Seul, que aconteceu em maio, seus esforços no inovador campo Ômico, estabelecido para resolver os quebra-cabeças moleculares das inovações de beleza e, assim, queimar etapas neste segmento.
Vinte e um anos depois do início do Projeto do Genoma Humano em 1990, a ciência genômica amadureceu e levou a uma nova era de pesquisa ômica. Essa abordagem reúne a genômica, a proteômica e a metabolômica para mapear todo o sistema biológico.
Há mais de 20 mil genes, um milhão de proteínas e milhares de metabólitos sob a superfície dos processos fundamentais da pele e dos cabelos. Onde antes os cientistas conseguiam apenas medir um gene ou proteína por vez, com essas novas ferramentas podem monitorar 9,4 milhões de alterações dos genes.
"A revolução ômica muda as regras do jogo e nos dá uma compreensão incomparável sobre o mapa completo dos nossos processos biológicos", revela o cientista-chefe da Divisão Global de Biotecnologia da P&G, Jay Tiesman.
(Por Patricia Knebel, JC-RS, 13/06/2011)