Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado na França, principalmente em Paris, para protestar contra a energia nuclear e para marcar os três meses da tragédia de Fukushima 1, no Japão.
Com cartazes, palavras de ordem e slogans em francês e japonês, cerca de cinco mil manifestantes, segundo os organizadores, pediam na capital francesa o fim das centrais nucleares na França. A polícia estimou em 1.150 o número de participantes.
Na França, mais de 75% da eletricidade consumida é de origem nuclear. ?O perigo é o mesmo que no meu país?, assegura Michico Naruno, intérprete japonesa de 55 anos que vive há mais de 20 anos na França. Apesar de o território francês ser pouco exposto a terremotos ou tsunamis, ela lembra que os problemas técnicos e humanos sempre vão existir.
Para Frédéric Amiel, ativista do Greenpeace França, o exemplo da Alemanha, que vai acabar com todas as centrais nucleares no país até 2022, mostra que existem alternativas. “Todos aqui vieram pedir o fim da energia nuclear, uma mudança do modo de produção energética, para deixarmos de viver ao lado de bombas de efeito retardado que são as centrais nucleares”, disse Amiel.
Em direção contrária, a Itália vota neste domingo um referendo sobre o retorno da atividade nuclear no país, rejeitada também por referendo em 1987, após a catástrofe de Chernobil, na Ucrânia. O governo de Silvio Berlusconi tenta fazer da energia nuclear uma de suas prioridades, tendo em vista a construção de quatro centrais a partir de 2014.
O nordeste do Japão foi atingido por um forte terremoto e um devastador tsunami no dia 11 de março. Milhares de pessoas participaram de manifestações neste sábado em Tóquio e em outras cidades do arquipélago para pedir o fechamento de centrais nucleares japonesas. Segundo a ONG francesa Sair do Nuclear, 55 manifestações foram organizadas na França neste sábado.
(Por Patricia Moribe, CMI Brasil, Correio do Brasil, 12/06/2011)