Marco Antônio Kindermann, sócio da empresa que buscava ocupar a área onde foi demolida a sede da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), prestou depoimento ontem à Polícia Civil. Conforme a delegada Elisangela Melo Reghelin, que dirige o inquérito na Delegacia de Polícia de Proteção ao Meio Ambiente, Kindermann confirmou que havia o interesse pelo suposto ponto comercial e alegou que desconhecia o usufruto do terreno pela entidade ambientalista. A outra sócia, Rosane Peruzzato, está intimada para prestar depoimento hoje.
A delegada, porém, preferiu não divulgar detalhes do depoimento, pois pretende tornar público o conteúdo do inquérito quando o conjunto dos elementos estiver fechado. Ela espera compor a investigação com depoimentos de membros da Agapan, dos dois empresários, de representante da empresa contratada para a demolição, do secretário da Smic Valter Nagelstein, além de documentos relevantes ao esclarecimento do caso.
Elisangela solicitou também, ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), o laudo pericial sobre o dano ocasionado com a destruição da sede da Agapan para avaliação do ato e do prejuízo material consequente dele. A delegada questiona ainda como a empresa procedeu a destruição do imóvel sem autorização adequada.
O prédio foi posto abaixo na segunda-feira, dia 6, por trabalhadores de uma firma contratada pela Peruzzato e Kindermann. O fato revoltou os integrantes da Agapan e comoveu a comunidade ambientalista, já que aconteceu durante a Semana do Meio Ambiente, quando são celebradas ações e destacadas as atuações de entidades e personalidades no movimento de preservação da natureza.
Uma sindicância da Smic apura se houve irregularidades no processo de aquisição do Alvará pela Peruzzato e Kindermann e eventuais responsabilidades de servidores.
(Correio do Povo, 10/06/2011)