Um passeio ciclístico organizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambienrte e a Assembleia Legislativa marcou neste domingo (5) o início da Semana Estadual do Meio Ambiente. Reunidos desde as 9h no Parque Marinha do Brasil, os ciclistas enfrentaram um frio de 9 graus e percorreram o trajeto de 6,7 quilômetros até o Jardim Botânico, onde foi realizada a cerimônia oficial do evento.
Se a ideia era chamar atenção para a preservação do meio ambiente e a necessidade de se implementar políticas de desenvolvimento sustentável, a titular da secretaria do Meio Ambiente, Jussara Cony, tratou de dar o exemplo. Equipada com capacete, a secretária se misturou aos ciclistas - entre adultos e crianças - e encarou os mais de 6 quilômetros de pedalada.
Cony saudou a participação da população no passeio ecociclístico. "Nós temos que fazer desse evento um símbolo. Porto Alegre, o Estado e País precisam ter ciclovias, sob o ponto de vista da sustentabilidade ambiental, da nossa saúde e de todo processo coletivo", destacou.
Na abertura da cerimônia oficial, no Jardim Botânico, os ciclistas participaram da dança circular "Dançando pela vida" e do lançamento da centésima edição Revista Científica Iheringia. Além da secretária Cony, estiveram presentes na cerimônia o deputado Jurandir Maciel, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e a presidente da Fundação Zoobotânica, Arlete Pasqualetto.
Pedalando contra o estresse
Uma das participantes da abertura da Semana do Meio Ambiente, a doméstica Marina Nunes Maia, 44, pratica ciclismo há pelo menos 15 anos. Mais do que utilizar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho, Marina diz que o exercício físico contribui para combater o estresse e ajuda a diminuir a poluição na cidade. "Além de fugir do estresse do trânsito, se tiver alguma rua trancada posso sair por uma rua lateral e sair do engarrafamento. De bicicleta temos mais alternativas".
Integrante do grupo Massa Crítica, que reúne ciclistas todas as sextas-feiras, Marina ressalta que a Semana do Meio Ambiente serve para conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental e estimular novos praticantes de ciclismo. "Pouca gente gostava de pedalar, agora temos visto que aumentou bastante. Quanto menos carros nas ruas menos poluição e melhor para a nossa saúde", admitiu.
Daura Zardin, 40, é outro exemplo de que a conscientização começa em casa. Veterinária, Daura leva na 'garupa' da bicicleta o filho Leonardo, de quatro anos. Munido de capacete, Leonardo é o parceiro de todas as horas da mãe. Com uma cadeira adaptada e sinalizada, ele acompanha Daura nos passeios pelas ciclovias de Porto Alegre "É companheiro fiel. Às vezes ele dorme, mas o deixo bem amarrado quando está cansado".
Participante frequente dos eventos de ciclismo, Daura comemora a iniciativa do Governo do Estado e lembra que o uso de bicicletas como meio de transporte é uma forma de reduzir a poluição na Capital. "É o meio mais saudável, democrático e ambientalmente correto, porque não polui e dá chance a todos utilizarem", enfatizou.
Professor de Biologia e de Educação Física, Valdir Krause, 64, admite que os ciclistas enfrentam dificuldades para transitar entre carros e pedestres. Ele, no entanto, não abre mão da bicicleta para se deslocar a um dos locais de trabalho, o Jardim Botânico. "Procuro deixar o automóvel em casa e andar de bicicleta. Há algum tempo fui à Câmara de Vereadores resolver um assunto e fiquei surpreso ao perceber que havia local específico para deixar as bicicletas, inclusive com guardas".
Assim como outros ciclistas, Valdir afirma que a compra de uma bicicleta é um grande investimento para a saúde e o meio ambiente. "À tarde, quando retorno do serviço vejo muitos carros em engarrafamentos, enquanto eu passo do lado. O pessoal deveria dar mais atenção a esse meio de locomoção e seguir o exemplo dos países europeus".
(Por Felipe Samuel, Sema-RS, 05/06/2011)