Novo programa da Fundação Avina, em parceria com o Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN) e a The Coca-Cola Company, visa integrar catadores de lixo no mercado formal da reciclagem. A iniciativa tem como exemplo projetos ativos da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia e Peru para discutir e elaborar propostas para a inclusão desses trabalhadores no mercado.
O programa latino-americano lançado no dia 26 de maio em Assunção, no Paraguai, vai receber US$8,4 milhões para desenvolver ações e leis que melhorem a situação sócio-econômica dos catadores de lixo na região.
“É crucial apoiar a transformação do mercado e a organização dos catadores informais para melhorar sua inserção econômica e social. Com uma maior coordenação entre os catadores, as empresas e as prefeituras melhorarão a qualidade de vida das pessoas que vivem desta atividade”, afirmou Nancy Lee, gerente geral do FUMIN, órgão do BID que vai investir US$ 4 milhões com o projeto.
Além dos quatro milhões, o AquaFund, também do BID, vai financiar US$ 1 milhão para o programa. A Fundação Avina vai colaborar com US$ 1,4 milhão de dólares e o The Coca-Cola Company com os dois milhões restantes.
Catadores de lixo
Na América Latina, existe um número estimado de mais de quatro milhões de pessoas que sobrevivem apenas com a catação de materiais recicláveis, o que inclui famílias inteiras que trabalham muitas vezes em condições inadequadas de insalubridade.
Para Oscar Fergutz, gestor continental de estratégia de reciclagem da Fundação AVINA, os catadores informais recebem uma porcentagem muito baixa no processo de reciclagem industrial, visto que eles são responsáveis em alguns casos pela recuperação de até 90% dos materiais.
Segundo o gestor, “apesar de estarem posicionados como elemento-chave em um mercado novo como a reciclagem, os catadores informais e suas famílias continuam isolados na sociedade e na economia. Este projeto nos permite unir todos os atores para desenvolver um entorno que respeite seu trabalho, e tirar a atenção para mostrar que este trabalho não somente é digno, mas também valioso para a sociedade”, concluiu.
(Redação EcoD, Envolverde, 03/06/2011)