O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no Sul do Estado, está atendendo 32 tartarugas marinhas que foram afetadas pela ação humana no oceano. Segundo o veterinário Pedro Bruno, os animais confundem lixo jogado no mar com algas e pequenos peixes e terminam sufocados. Redes de pesca também causam problemas, já que elas acabam enroladas e podem ser asfixiadas.
No Museu Oceanográfico, as tartarugas recebem o tratamento de especialistas, são limpas e alimentadas até estarem forte suficientes para retornar ao seu habitat. Algumas já estão há mais de dois meses sendo atendidos. Elas são de três espécies: 28 verdes, duas de pente e duas cabeçudas.
Os animais foram transportados por parceiros do Cram, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental da Furg, o Laboratório de Mamíferos da Universidade e a Patrulha Ambiental da Brigada Militar.
As tartarugas chegam muito debilitadas em função da poluição. Os objetos ingeridos formam gases que as fazem flutuar, impedindo a respiração e a digestão. Segundo Bruno, os animais tem entre cinco e seis anos e pesam em torno de cinco quilos, podendo viver até cem anos e chegar aos 350 Kg.
— É importante ressaltar a ação do homem no sofrimento desses animais. Lixo e redes de pesca são os grandes vilões desta realidade — disse o veterinário.
(Por Rafael Diverio, Zero Hora, 03/06/2011)