A incineração continua a ser a principal alternativa de tratamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos em Macau. A informação consta no Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2008-2009, divulgado esta semana e elaborado pelo Departamento de Serviços de Protecção Ambiental desta região administrativa especial da China. No global, a incineração de resíduos permitiu a produção de 105,2 GWh, em 2009.
A energia produzida representa cerca de dois por cento da electricidade total gerada em Macau, permitindo abastecer 33 mil famílias da região. A Central de Incineração de Macau (CIM) tem uma capacidade de tratamento diário de 1728 toneladas de RSU. No total, a quantidade de resíduos produzidos em Macau é de 1,64 quilogramas por dia, de acordo com os dados de 2009.
No entanto, a maior preocupação das autoridades macaenses reside mesmo na falta de dimensão da reciclagem de resíduos. Apesar da maior parte dos resíduos sólidos terem potencial de reciclagem, segundo o relatório, a verdade é que, em 2009, apenas se recuperaram 298 quilogramas de recicláveis. Este valor, que inclui 236 quilogramas de papel, ficou aquém dos números alcançados em 2009.
Em termos de qualidade da água, o Relatório do Estado do Ambiente dá conta da poluição da água nas zonas costeiras de Macau, em todos os pontos de amostragem. «Em conclusão, nos últimos anos, a qualidade da água nas zonas costeiras de Macau tendeu a deteriorar-se», sublinham os Serviços de Protecção Ambiental. Daí que, no documento, seja proposto uma avaliação do agravamento da poluição provocada por metais pesados nas águas costeiras.
Quanto à qualidade do ar, a presença de partículas suspensas inaláveis (com diâmetro inferior a 10 µm – PM10) continua a ser motivo de preocupação das autoridades, com o registo de numerosos casos em que a concentração do poluente excedeu o patamar de referência. Além disso, as emissões do sector do transporte estão a agravar-se ao longo dos anos, apesar da tendência decrescente das emissões globais de gases com efeito de estufa. Parte da solução para o problema talvez resida na instalação de filtros para os gases de escape nos veículos motorizados e na promoção de veículos ecológicos, duas das opções sugeridas pelo relatório.
(Ambiente Online, 03/06/2011)