A unidade da Braskem em Maceió (AL) foi multada pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado) em mais R$ 580 mil por um vazamento de cloro e o rompimento de uma tubulação, ocorridos em maio. Segundo o Instituto, o valor da multa ainda pode variar depois que o laudo final for apresentando. Na primeira avaliação, o órgão constatou que não houve danos ambientais.
O IMA aguarda a entrega do relatório conclusivo da Braskem, onde devem ser apresentadas as causas dos acidentes. Um representante do órgão acompanha uma apresentação da empresa que acontece no Ministério Publico Estadual nesta quarta-feira (1º).
O primeiro acidente aconteceu no dia 21 de maio deste ano após o rompimento de uma tubulação do setor 225. Por causa do problema uma nuvem de gás tóxico atingiu o bairro do Trapiche da Barra. O segundo acidente aconteceu na madrugada do dia 23, depois que uma tubulação rompeu e atingiu cinco prestadores de serviço da Braskem.
No total 130 pessoas foram intoxicadas e tiveram que ser encaminhadas a hospitais da região. Das nove pessoas que ainda estavam internadas, cinco já foram liberadas, e outras duas continuam em observação no Hospital Memorial Artur Ramos. Duas vítimas em estado mais grave foram transferidas para um hospital em São Paulo.
Justificativa
Em nota a Braskem informou que fez uma avaliação dos incidentes ocorridos nos dias 21 e 23 de maio em sua fábrica de Cloro Soda, em Maceió, e concluiu que os dois fatos aconteceram durante o processo de produção, não tendo sido causados por problemas técnicos ou por falta de manutenção. A empresa lamentou o ocorrido.
No primeiro acidente, de acordo com a Braskem, houve o rompimento da parte inferior de um equipamento, conhecido por pré-resfriador, com subsequente vazamento de cloro. No segundo caso, com a planta fora de operação e o cloro já removido de seu interior, ocorreu o rompimento do bocal inferior de outro equipamento, chamado de inter-resfriador, com desprendimento de fragmentos metálicos. Neste evento não houve vazamento de cloro.
Ambas as ocorrências foram consequência de um aumento atípico na concentração da tricloroamina – TCA, subproduto gerado durante o processo. A TCA é resultante da reação da amônia contida no sal com o cloro e é monitorada e eliminada de forma contínua ao longo do processo produtivo.
(Por Carolina Franco, R7, 01/06/2011)