No período em que comemoramos a Semana do Meio Ambiente, quero evidenciar a riqueza que se esconde no lixo nas grandes cidades. Poucos veem, pois o lixo repugna, mesmo sendo criado por nós. Poucos calculam os ganhos possíveis a partir dele, porque ainda vivemos o descartável.
Subtração é a triste marca que o homem crava na Natureza. Pouco se soma, pouco se agrega para reativar o que foi perdido. Juntando uma latinha de alumínio, uma garrafa pet ou um jornal, a gente soma recursos que serão poupados da Natureza.
Por isso, é inaceitável a decadência da Coleta Seletiva na Capital. Temos que reverter este quadro, exigindo do DMLU o cumprimento de suas funções. E a primeira coisa a fazer, além de cobrar ações do Executivo, é começar um processo de educação mútua. Cobrar uns dos outros que nada se jogue fora, que nada de reciclável fique no meio do lixo orgânico.
As escolas poderiam desempenhar um papel primordial neste processo. Mas isto não se faz do nada, alguém terá que ter iniciativas. Cabe à secretaria de Educação propor, para depois chegar aos professores e aos alunos.
De nada ajuda propor reciclar, se o caminhão do lixo seco não passar. E só teremos um efetivo recolhimento quando haverá a obrigação de separar este lixo já nos diferentes contêineres. Enquanto 5 ou 6 cidades do interior do Estado já tem coleta pela conteneirização, Porto Alegre não consegue sequer fazer uma licitação.
Hoje, nós estamos vendo a cidade tomada de lixo. Uma empresa já foi multada, mas isto não basta. Se o DMLU não quiser ser conivente com o problema deve romper o contrato com a empresa. Caso contrário estará dando um atestado de incompetência administrativa. O lixo coletado nas ruas poderia ser integralmente aproveitado: o seco reciclado e o orgânico podendo virar adubo ou servindo para gerar energia.
Mas nossa realizada em Porto Alegre segue sendo outra, pois parece que nada de efetivo é feito. Mas nós seguimos aqui para fiscalizar e cobrar, papel de um vereador que cumpro com orgulho.
*Adeli Sell é vereador e presidente do PT