Trabalhadores da Braskem e funcionários do setor químico de Alagoas fizeram um protesto na manhã desta quinta em frente à fábrica de cloro da empresa, em Maceió, para pedir melhorias na manutenção dos equipamentos.
No sábado (21) à noite, um vazamento de cloro atingiu um bairro vizinho à fábrica e 130 pessoas foram internadas com sintomas de intoxicação. Todos já tiveram alta. Na madrugada de segunda-feira, na mesma unidade, o rompimento de uma tubulação deixou cinco trabalhadores feridos. Dois deles estão em estado grave.
A manifestação reuniu entre 800 e 900 trabalhadores, segundo o Sindipretro (Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos). Segundo a empresa, cerca de 50 funcionários participaram do protesto.
A direção do sindicato afirma que outros acidentes menores vinham ocorrendo na empresa, o que, segundo os trabalhadores, demonstra falha na manutenção.
"Quando começam a ocorrer pequenos acidentes e não são tomadas providências, a tendência é a de que ocorra um acidente mais grave", disse Victor Bello, diretor-financeiro do Sindipetro-AL e SE.
Segundo Bello, o equipamento que reduz a concentração da tricloramina, rejeito formado na fabricação do cloro, estava parado no dia do vazamento. O aumento da concentração da tricloramina é uma das possíveis causas da ruptura na tubulação e o consequente vazamento de cloro.
O Sindicato disse que as eventuais falhas na manutenção dos equipamentos foram relatadas ao Ministério Público Federal e Estadual, que investigam as responsabilidades no acidente.
A empresa ainda não comentou as declarações do sindicato. Na segunda-feira, o representante da Braskem em Alagoas disse que o equipamento é novo, havia sido montado em 2010 e passado por inspeção recentemente.
(Folha.com, 27/05/2011)