Os níveis máximos de poluentes considerados aceitáveis são baseados em estudos dos anos 70. O de ozônio, por exemplo, é 40% maior que o sugerido pela Organização Mundial da Saúde. Agora, os limites serão reduzidos aos poucos até chegar ao sugerido pela OMS.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente decidiu adotar novos padrões para medir a poluição de acordo com as metas da Organização Mundial de Saúde.
Com a ajuda de um aparelho, é possível medir o nível de poeira fina em uma avenida da região central de São Paulo às 15h. Ele passou de 60, o aceitável pela Organização Mundial da Saúde é 25 microgramas por metro cúbico.
A poeira fina se aloja no pulmão e é um dos poluentes mais perigosos para a saúde. Só agora ela será considerada para definir a qualidade do ar na cidade, onde a poluição afeta milhões de pessoas.
“Nariz seco, boca seca, olhos lacrimejam”. “Muito cansaço, falta de ar”.
Em São Paulo, os níveis máximos de poluentes considerados aceitáveis hoje são baseados em estudos da década de 70. De lá pra cá, os pesquisadores descobriram que uma quantidade bem menor de poluentes já é suficiente para afetar a saúde humana.
São esses novos limites, adotados pela Organização Mundial da Saúde, que o estado se comprometeu a perseguir. Hoje, o nível aceitável de ozônio, gás formado a partir da queima de combustíveis e que causa doenças respiratórias, é 40% maior que o da OMS.
O limite de material particulado, como poeira e fuligem, que podem provocar câncer de pulmão e até infarto, é o triplo. A ideia é reduzir a poluição em etapas, mas não há uma data para atingir a meta da OMS.
“Para que a qualidade realmente melhore, há a necessidade de uma série de políticas públicas como melhoria de transportes públicos, inovações tecnológicas, melhorias de combustível, com políticas amplas e de longo prazo”, explica.
Um especialista elogia a medida, mas diz que é preciso pressa para salvar vidas. “Significa, na pratica, em São Paulo, evitar mortalidade prematura de quatro mil pessoas por ano e você ter uma economia que pode chegar a US$ 2 bilhões em saúde”, afirma.
(G1, 27/05/2011)