O governo federal aposta na expansão das usinas hidroelétricas para acelerar o processo de limpeza da matriz energética do País em substituição aos combustíveis fósseis. Os investimentos planejados somam o valor de R$ 214 bilhões a serem aplicados nos próximos dez anos. A garantia de continuidade desse plano é do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que proferiu palestra ontem no BIOSforum -Brasil Investimentos Oportunidades Sustentáveis, evento promovido pela Federação Nacional das ADVBs (FENADVB), em parceria com o DCI. O fórum, que se encerra hoje, debate a integração entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
"Vamos dar prioridade a partir da fonte hidráulica, que é nossa vocação. Nos próximos quatro anos agregaremos à nossa matriz uma capacidade de 23 mil megawatts (MW) de potência instalada", afirmou.
O ministro disse que 2011 será marcado por diversos leilões de energia elétrica e de transmissão, certames de energia de reserva e fontes alternativas.
O ministro reforçou que, além dos estudos para a construção de novas hidroelétricas, usinas de energia eólica e de biomassa também estão no foco desses investimentos, promovendo um grande salto do País nesse quesito.
"Até 2019, a capacidade de instalação do Brasil em energia eólica pode ser multiplicada por dez e a de biomassa poderá alcançar 9 mil MW."
Um dos empreendimentos-chave para esse posicionamento do governo é Belo Monte. Lobão disse ainda que trabalha com a perspectiva de que as licenças exigidas para a construção da usina de Belo Monte sejam obtidas em breve. Este é um entrave ao desenvolvimento da geração limpa.
Leilão
A dificuldade de obtenção de licença para obras de hidroelétrica não é exclusividade da mega usina que será construída no Xingu. Ontem, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse que considera a possibilidade de licitar, em um único pacote, as usinas do Rio Parnaíba (PI/MA), algo inédito na história dos leilões do novo modelo do setor elétrico brasileiro. O objetivo é o de tornar os empreendimentos mais atrativos para os investidores.
"Ainda estamos estudando os prós e os contras dessa proposta, além de como funcionaria o modelo de leilão." Tolmasquim afirmou que essa estratégia depende da obtenção das licenças prévias para as usinas serem colocadas na disputa. Apenas os projetos Estreito Parnaíba e Cachoeira têm o documento.
(DCI, 26/05/2011)