Um filhote de veado-virá (Mazama gouazoubira), que se encontra na lista das espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção, foi localizado em cativeiro em uma propriedade rural no município de Erval Grande, Norte do Estado. A patrulha do Grupo de Polícia Ambiental da Brigada Militar de Nonoai chegou ao local por meio de denúncia na sexta-feira (20/5).
Conforme o comandante do GPA, sargento Alencar Fontana, o dono da propriedade afirmou ter encontrado o filhote sozinho próximo a uma estrada vicinal em suas terras e resolveu levar o animal para sua casa, a fim de protegê-lo. O pequeno cervídeo já estava sob os cuidados da família há aproximadamente 30 dias, mas nenhum comunicado tinha sido feito à polícia ambiental ou a outro órgão de meio ambiente.
O infrator responderá a termo circunstanciado, com base no artigo 29 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605/98) por ter capturado e mantido em cativeiro espécie da fauna silvestre sem a devida licença da autoridade competente. Para o crime é prevista pena de detenção de seis meses a um ano e multa.
O filhote foi entregue pela Brigada Militar ao Ibama, que o encaminhou ao hospital veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF). Segundo a médica veterinária Joana Aurora Braun Chagas, o animal é macho, deve ter entre dois e 2,5 meses de vida e pesa três quilos. Ele recebe mamadeira três vezes por dia, num total de meio litro de leite, e já começa a se alimentar de frutas, legumes e pasto. O animal está convivendo com outros dois filhotes fêmeas, sendo um da mesma espécie e o outro um veado-mateiro. Ele deverá permanecer sob os cuidados veterinários até os seis meses de idade e depois ficará no zoológico da UPF, pois, segundo a veterinária Joana Chagas, o filhote não tem condições de ser reintroduzido na natureza. “Ele é muito jovem e receberá amamentação pela equipe durante um período prolongado. Nesses casos, o animal perde o seu instinto natural e relaciona o ser humano a sua fonte de alimento e segurança, não podendo ser solto na natureza, onde seria alvo fácil dos predadores”, explica.
(Texto recebido por E-mail, Comando Ambiental da Brigada Militar, 23/05/2011)