Equipes do Ministério Público, Brigada Militar e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema), do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), vistoriaram o Rio dos Sinos ontem para coletar mais dados para o inquérito civil e policial que investigam as causas da mortandade de peixes ocorrida em dezembro de 2010. Foram 44 pontos analisados e retiradas amostras de água no trecho desde Três Coroas até Porto Alegre. Haverá análise da composição química da água e o resultado, que sairá dentro de 15 dias, será verificada por técnicos.
Danos - Ontem, um dos pontos de encontro foi na Prainha Dourada em Sapiranga (foto). “Queremos saber as reais condições do rio e verificar os pontos mais impactados”, explica o promotor Daniel Martini. “Podemos dizer que em 60 dias concluiremos os dois inquéritos.” Quando identificada as causas, a delegada responsável pelo Dema, Elisangela Reghelin, poderá fazer o indiciamento dos responsáveis. Os danos causados no rio chegaram a R$ 1,38 milhão.
Entenda
- Mais de 3,5 mil peixes de 20 espécies foram encontrados mortos em 1º de dezembro de 2010, no trecho entre Campo Bom, Novo Hamburgo e São Leopoldo
- O Ministério Público chegou a informar que poderia responsabilizar as prefeituras pela morte dos peixes, devido à falta de tratamento de esgoto doméstico
- A Secretaria Estadual de Meio Ambiente fez análise dos peixes mortos e constatou a presença de manganês, produto tóxico utilizado em plantações
Nova etapa de coleta de dados
O promotor Daniel Martini afirma que já são mais de 100 análises laboratoriais que compõem os inquéritos civil e policial. A chamada de radiografia do Sinos, realizada ontem, é considerada como uma etapa das diversas coletas de dados. “O resultado dessa ação será confrontada com os outros dados que já temos. Dentro de 60 dias poderemos tomar as medidas contra os responsáveis pela mortandade”, diz. Já são cinco meses de investigações, 24 prisões em flagrante por crimes ambientais e três empresas detectadas lançando efluentes no Paranhana. “A força-tarefa é para evitar uma nova mortandade”, diz.
(Jornal VS, 23/05/2011)