O subprocurador-geral da República, Mario José Gisi, afirmou, em Brasilia, que vai apurar o caso do polêmico transporte de toneladas de material radioativo que, há quatro dias, está estacionado em nove carretas na PM de Guanambi, na Bahia. O comboio radioativo ia para a Unidade de Concentração de Urânio, que fica no município de Caetité, mas foi barrado pela população desse município na noite do último domingo.
O deputado federal, Dr. Aluizio (PV-RJ), Dioclécio Luz e Edson Duarte, da liderança do PT, na Câmara dos Deputados, expuseram, ontem, ao representante da 4ª Câmara (Meio Ambiente) do MPF as reivindicações das populações, afetadas pelos impactos sócio ambientais da mineração de urânio, constantes no oficio da Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (DESCHA), entregue ao MPF.
Mário Gisi assegurou que vai instaurar inquérito para apurar aspectos relativos à legalidade do transporte, ao material transportado, a não transparência e aos riscos associados ao material. Vai também solicitar do Procurador substituto de Guanambi informações, inclusive sobre as condições de segurança do material e das carretas. Caso o comboio radioativo tenha que voltar, vai solicitar plano de segurança e autorização para tal.
A Plataforma DHESCA pediu também um acompanhamento mais próximo do MPF sobre a Ação Civil Pública aberta, em junho de 2009, que já pedia a suspensão das atividades da empresa - até ser garantida a segurança dos trabalhadores, da população e do meio ambiente - e a separação das funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que hoje é proprietária e fiscal da INB. O sub-procurador afirmou conhecer a ação e que estudará o que fazer diante do caso.
(Associação Movimento Paulo Jackson/EcoAgência, 20/05/2011)