A Polícia Militar da Bahia destacou 160 homens do 17º Batalhão e da Companhia de Ações Especiais do Sudoeste e Gerais para acompanhar o transporte da carga de urânio que, na segunda-feira (16), foi impedida por moradores de Caetité (624 km de Salvador) de entrar na cidade.
Nesta quinta-feira, uma comissão formada por ambientalistas, representantes da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e da Prefeitura de Caetité decidiu que a carga será levada para as instalações da empresa na cidade baiana.
Desde que as carretas com 90 toneladas de urânio foram impedidas de passar pela cidade, em um protesto organizado por ambientalistas, a carga está armazenada no município vizinho de Guanambi.
A decisão de tentar novamente levar a carga a Caetité foi tomada depois de uma reunião com o presidente da INB, Alfredo Trajan Filho, que foi até o local para acompanhar de perto as negociações.
A comissão decidiu ainda que a carga permanecerá lacrada nas instalações da INB, até que "sejam satisfeitos todos os requisitos de segurança dos trabalhadores da INB e do meio ambiente". O sindicato dos mineradores da região questionava se a empresa tinha condições de realizar a reembalagem do material.
"Não vamos escoltar a carga. Vamos garantir a integridade do material e também das pessoas', afirmou o capitão Marcelo Pitta, assessor de comunicação da PM baiana.
Ele também disse que a polícia ainda não foi avisada de quando será realizado o transporte do urânio.
A alegação dos ambientalistas era que as carretas transportavam lixo tóxico. A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) enviou um representante para a cidade. Junto com os outros membros da comissão, ele inspecionou a carga e verificou que se tratava de concentrado de urânio ("yellow cake"), o mesmo extraído na mina de Caetité, que tem baixa radioatividade.
(Folha.com, 20/05/2011)