Esta é apenas uma das principais conclusões de um estudo hoje apresentado pela Associação Portuguesa da Energia (APE), conduzido pela consultora Accenture. Na verdade, segundo aquele documento, a maioria esmagadora dos portugueses (70%) não quer ouvir falar sequer na hipótese de ver construir em Portugal uma central nuclear.
Provavelmente muitos deles não sabem que uma parte da eletricidade consumida em Portugal é gerada em centrais nucleares espanholas, sendo depois transacionada no mercado ibérico de energia elétrica e injetada na rede juntamente com a que tem origem noutras formas de produção, sobretudo renováveis.
Outra das conclusões aponta para que os consumidores, de uma forma geral, conhecem as energias renováveis e as respetivas vantagens, estando, cerca de
metade, dispostos a pagar mais, desde que o acréscimo de preço seja inferior a 5%.
Os consumidores sondados pela Accenture destacam ainda como vantagens da microgeração a redução das emissões de CO2 e do custo da factura mensal, identificando como principais limitações à instalação o investimento inicial e respetivo prazo de retorno, assim como o processo burocrático associado ao
licenciamento.
No que respeita à mobilidade sustentável, mais de 70% dos inquiridos
identifica como principais vantagens do carro elétrico o menor impacto ambiental e a poupança, persistindo dúvidas relativas à sua autonomia, tempos e locais de recarga e espaço e peso das baterias.
A maioria dos consumidores considera a possibilidade de adquirir um veículo elétrico nos próximos 2 a 3 anos, sendo que, destes, cerca de um terço está disponível para pagar mais, desde que o acréscimo seja inferior a 5%.
O estudo da APE e da Accenture destaca ainda que cerca de 50% dos consumidores particulares tem conhecimento da possibilidade de mudança de
fornecedor, existindo uma elevada recetividade para a realizar, caso o preço seja vantajoso.
Empresas mudam de fornecedor de eletricidade
Perto de 44% das empresas em Portugal já procedeu à mudança de fornecedor de eletricidade e 14% à de fornecedor de gás atendendo, sobretudo, ao preço. As restantes referiram a falta de informação ou preços pouco atrativos para não o fazer.
A maioria dos consumidores desconhece a possibilidade de ter um fornecedor único de energia. No entanto, face a essa possibilidade, os particulares identificam como principal vantagem a existência de uma factura única e as empresas destacam as sinergias de preço.
Adicionalmente, cerca de metade das empresas gostaria que o seu fornecedor lhe disponibilizasse serviços de assessoria energética.
(AEIOU, 20/05/2011)