As discussões sobre as obras do Sistema Marrecas não cessaram com a aprovação do pedido de informações na terça-feira. O assunto voltou à pauta da sessão da Câmara de Vereadores nesta quarta-feira e expôs um racha na oposição. Sem ter se manifestado anteriormente, por ser presidente do Legislativo, Marcos Daneluz (PT) ocupou a tribuna e discursou em tom diferente ao da bancada petista.
O vereador criticou a sentença da juíza substituta Clarides Rahmeier, da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual da Justiça Federal de Porto Alegre, que desautoriza o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) a liberar o corte de milhares de araucárias na futura área da barragem do Marrecas, em construção no distrito de Vila Seca.
Criticou também os institutos que solicitaram a investigação à Justiça. Segundo Daneluz, as organizações deveriam ter se mobilizado antes. O pedido foi feito pelo Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza, de Caxias, pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Ingá) e pela União pela Vida, ambos de Porto Alegre.
_ Dois anos depois (de iniciado o processo da barragem) a Justiça Federal suspende o corte das árvores. Vamos supor que a prefeitura não consiga se explicar, vamos parar a obra na metade? _ questionou Daneluz.
Beltrão, líder da bancada petista, reconhece divergências, segundo ele, pontuais entre os vereadores da oposição. Diferente do presidente do Legislativo, ele valoriza a decisão da Justiça. Para ele, o governo municipal está com pressa em concluir a obra para inaugurá-la antes da eleição do ano que vem.
(Por Juliana Bevilaqua, Clic RBS, 18/05/2011)