A França impôs limites para o consumo de água em 28 dos seus 96 departamentos administrativos, afirmou o Ministério do Meio Ambiente no início da semana, em meio a sinais de que o período prolongado de seca, que atingiu as colheitas de grãos, pode continuar.
Segundo a ministra do meio-ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, já existe uma situação de crise devido à diminuição acelerada dos níveis das águas subterrâneas, além do fluxo dos rios e derretimento da neve. O governo já havia colocado 27 departamentos sob limitações no consumo de água e Kosciusko-Morizet garantiu que medidas similares podem ser estendidas a outros três departamentos – afetando efetivamente um terço do país.
O mês de abril foi um dos mais quentes e secos já registrados no país e fomentou na população o receio de uma seca similar à ocorrida em 1976, gerando preocupações sobre prejuízos nas safras do maior país produtor de grãos da União Europeia.
O total de chuvas em abril foi equivalente a apenas 29% da média estabelecida entre o período de 1971-2000, indicou o ministério em um relatório, adicionando que o solo na parte norte do país está passando pelas condições mais secas em 50 anos. Ainda segundo a ministra francesa, as chuvas das próximas semanas 'serão cruciais', acrescentando ainda que mesmo se em junho for úmido não será suficiente para alterar a situação.
Sem expectativas
A França perdeu qualquer expectativa de boas colheitas de trigo neste ano, à medida que a falta de água atinge as plantas em um estágio avançado de desenvolvimento, mas o gabinete da agricultura da França sugeriu na última semana que ainda era muito cedo para traduzir as preocupações relacionadas à seca em perdas nas plantações.
Na última semana, o ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, apelou à União Europeia para amenizar exigências ambientais em função das medidas que o governo tomaria para auxiliar os pecuaristas, prejudicados pelo aumento no preço dos grãos.
(G1, 18/05/2011)