O monitoramento de animais por satélite é prática corrente durante pesquisas científicas. Agora, o mesmo sistema está sendo usado pela ESA (Agência Espacial Europeia) para identificar um grupo bem menor, pelo menos em tamanho: os insetos transmissores de doenças para humanos.
Os dados sobre o habitat e a distribuição de mosquitos como o Aedes aegypti, da dengue, são coletados por satélite, navegadores e comunicação móvel para então chegar a agentes de saúde pública e controladores regionais dos mosquitos.
O Vecmap, como é conhecido, já foi testado em 2009 na Holanda, Reino Unido, Bélgica, França, Suíça e Itália. E atualmente passa por melhorias para ampliar sua área de atuação em outros países europeus ainda neste ano.
Determinar a presença dos mosquitos, sua quantidade e os riscos de se transmitir o vírus do qual é portador para humanos é um trabalho difícil que está sendo superado pelo consórcio de três companhias que se juntaram ao projeto tocado pela ESA.
O Vecmap cruza informações geradas por dois modos. No primeiro, são utilizados smartphones e equipamentos eletrônicos portáteis que enviam a centrais computadorizadas a ocorrência dos mosquitos observados durante o trabalho de campo --essa metodologia permite maior independência dos indivíduos envolvidos na coleta.
No segundo, satélites da ESA registram o tipo de vegetação, a temperatura e pontos de água concentrada.
Com esses dados, a ESA consegue desenhar mapas mais precisos da incidência dos mosquitos por região.
(Folha.com, 18/05/2011)