A Fibria está estudando a venda de dois ativos considerados não-estratégicos e já tem propostas de interessados, com o objetivo de reduzir ainda mais seu endividamento.
Além da unidade de Piracicaba (SP), a companhia estuda a venda dos ativos florestais do Projeto Losango (RS), cujos recursos seriam utilizados para construção de uma unidade de 1,5 milhão de toneladas no Estado, afirmou o diretor de Operações Florestais, Suprimentos, Papel e Estratégia da Fibria, Marcelo Castelli.
O executivo substituirá, a partir de 1o de julho, Carlos Aguiar na presidência da companhia.
"Eles (os dois ativos) estão sendo testados no mercado para verificar a valorização dos mesmos", disse Castelli a jornalistas nesta segunda-feira, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre.
"Estamos tentando verificar se (o projeto) Losango tem atratividade para outros usos, como energia e cavaco para exportação", completou. Castelli não respondeu se produtores de celulose também estariam interessados no ativo.
O Projeto Losango pertencia anteriormente à VCP, que adquiriu a Aracruz em 2009, criando a Fibria. Com a alta dívida da nova companhia por conta das perdas com derivativos da Aracruz, em 2008, o projeto foi deixado de lado e o foco de expansão passou a ser a segunda linha de Três Lagoas (MS).
Já a unidade de Piracicaba produz 160 mil toneladas anuais de papéis térmicos, autocopiativos e couché. "A Fibria tem foco em celulose de mercado, então (a empresa) já vem desinvestindo progressivamente no negócio de papel sem, no entanto, queimar o valor... Temos demonstrado que, ao vendê-lo, não estamos depreciando o patrimônio", disse o futuro presidente.
No fim de 2010, a Fibria vendeu sua fatia no Consórcio Paulista de Papel e Celulose (Conpacel) por 1,45 bilhão de reais, além da distribuidora de papéis KSR, por 50 milhões de reais, para a Suzano, que já detinha a outra metade da Conpacel.
Com a venda desses ativos, a Fibria reduziu sua relação entre dívida líquida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 5,6 vezes no final do primeiro trimestre do ano passado para 2,9 vezes.
(Reuters, 18/05/2011)