Das 17 centrais nucleares da Alemanha, nenhuma aguentaria o impacto de um grande avião comercial, caso ocorresse um ataque terrorista semelhante ao de 11 de Setembro de 2001, nos EUA. Quatro não têm sequer protecção suficiente para o choque de uma avioneta e três aguentariam o impacto de um pequeno avião, mas não de aeronaves médias, como o Phantom do exército germânico.
Esta é a conclusão da Comissão de Segurança dos Reactores nucleares alemães (RSK) apresentada ontem e que não deixou satisfeitos nem os defensores nem os detractores da energia nuclear, escreve o El País. Isto porque a comissão não propôs o encerramento de nenhuma das centrais e o seu presidente, Rudolf Wieland, assegurou que, "em resumo, as 17 centrais apresentam um amplo grau de solidez". Mas o mesmo admitiu que nenhuma cumpre os critérios de segurança estabelecidos pela RSK.
A oposição em bloco, contrária à manutenção das centrais, considerou "precipitado" e irresponsável" o relatório que demorou apenas dois meses a ser elaborado. Já o ministro do Ambiente, Norbert Röttgen, admitiu que as quatro centrais nucleares mais velhas nunca voltarão a funcionar.
O governo, de centro-direita, tem até 6 de Junho para tirar uma conclusão sobre o relatório, mas é provável que seja prolongada a moratória de três meses que a chanceler Angela Merkel aprovou em Março, após o desastre em Fukushima (central japonesa atingida por um tsunami), e que colocou fora de serviço sete centrais nucleares e um oitavo reactor situado perto de Hamburgo. Decisão tomada apenas meio ano depois de Merkel ter alargado a vida útil das centrais por mais 12 anos em média. Um ziguezague político que fez o seu partido perder as eleições no estado de Baden-Württemberg, que tinha governado durante 58 anos.
Pelo menos naquela região as centrais já suspensas assim vão permanecer e as restantes devem ser encerradas "paulatinamente"; garantiu o novo primeiro-ministro do estado, o verde Winfried Kretschmann.
(DN PT, 18/05/2011)