As obras da hidrelétrica de Belo Monte podem sofrer um atraso de até um ano, caso a licença de instalação da usina não saia entre julho e novembro. De acordo com a Norte Energia, responsável pelo empreendimento, o segundo semestre é período de seca na região. Se a empresa não puder iniciar as obras nestes próximos meses, o processo pode ficar praticamente parado até meados de 2012.
"Se a coisa começar a complicar, vamos ter um problema de não aproveitar mais esse período de seca", disse Luiz Rufato, diretor de Construção e Engenharia da Norte Energia. "Não podemos perder a próxima janela hidrológica de julho a novembro", acrescentou o executivo, que participou hoje de um seminário sobre a hidrelétrica, que será construída próximo à cidade de Altamira, no Pará.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não tem uma data fechada para a concessão da licença de instalação, documento exigido para que as obras da hidrelétrica possam ser efetivamente iniciadas. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tem dito que a licença deve ser concedida até junho.
Segundo o presidente do Ibama, Curt Trennepohl, o grupo técnico responsável pela análise de Belo Monte retornou, no final da semana passada, de uma vistoria ao local onde será erguida a usina. "Não sei quando será entregue o parecer definitivo", disse. A equipe do Ibama que cuida desse trabalho reúne 24 técnicos.
A hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu (PA), foi leiloada pelo governo federal em abril do ano passado e tem o compromisso de iniciar a geração de energia a partir de fevereiro de 2015. Em janeiro deste ano, o Ibama concedeu uma licença para que a Norte Energia desse início à construção dos canteiros de obra. Apesar disso, praticamente nada foi feito porque a autorização saiu durante o período das chuvas, o que inviabilizou os trabalhos.
Por causa disso, a Norte Energia deve fazer um acampamento provisório na região para começar instalar o acampamento definitivo. "Vamos acumular algumas atividades. A partir da hora que sair a licença definitiva para iniciar as obras, vou agregar mais gente às pessoas que já estarão acampadas, para começar a obra, desmatamento, escavação e outras atividades", disse Rufato.
(Agencia Estado, 17/05/2011)