O aumento na temperatura e o decréscimo das chuvas na Amazônia acima da variação global média esperadas são as principais conclusões do relatório final do projeto Riscos das Mudanças Climáticas no Brasil – Análise conjunta Brasil-Reino Unido sobre os Impactos das Mudanças Climáticas e do Desmatamento na Amazônia, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Met Office Hadley Centre (MOHC).
O documento é resultado de três anos de trabalho de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil, com financiamento da Embaixada Britânica. Os estudos mostram a importância da Amazônia para o clima global e como provedora de serviços ambientais para o Brasil.
O objetivo do projeto é subsidiar os formuladores de políticas com evidências científicas das mudanças climáticas e de seus possíveis impactos no Brasil, na América do Sul e em nível global.
“A experiência do MOHC, líder mundial em modelagem climática, aliada à experiência do Inpe em estudos sobre mudanças climáticas na América do Sul possibilitaram a identificação de possíveis cenários e impactos, com projeções inovadoras dos efeitos das mudanças climáticas antrópicas na região”, disse José Marengo, pesquisador do Inpe, que coordenou o projeto no Brasil.
O projeto utilizou um conjunto de modelos globais e regionais desenvolvidos pelo MOHC e pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe para projetar efeitos das emissões de gases de efeito estufa no clima do mundo e fornecer mais detalhes sobre o Brasil. Embora as projeções abranjam todo o país, o foco do relatório se concentra na Amazônia, área de preocupação nacional, regional e mundial.
O projeto foi criado pelo Fundo para Programas Estratégicos do Governo do Reino Unido, antigo Global Opportunity Fund (GOF). O trabalho terá continuidade como parte do programa científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, sediados no Inpe.
A íntegra do relatório está disponível, na versão em português em www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/relatorioport.pdf e em inglês em www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/relatorioingl.pdf.
Mais informações: www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2539
(Agência FAPESP, 17/05/2011)