Primeiro empreendimento turístico do Brasil aceito como signatário do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), a Fazenda gaúcha Quinta da Estância Grande apresenta hoje seu modelo de gestão sustentável para outras 370 empresas do mundo todo, durante reunião do Caring for Climate, grupo especializado em mudanças climáticas das Nações Unidas. O evento faz parte da Semana do Pacto Global, que se iniciou ontem e se estende até sexta-feira, dia 20, em Copenhague (Dinamarca).
Iniciativa proposta pela ONU, o Pacto Global busca encorajar empresas a adotarem políticas de responsabilidade social, além de promover a discussão entre empresas, sindicatos, organizações não governamentais, para o desenvolvimento de um mercado global mais inclusivo e sustentável. De acordo com Rafael Sittoni Goelzer, sócio-proprietário da fazenda gaúcha, o convite para integrar o subgrupo da ONU surgiu de uma série de atividades e iniciativas de gestão sustentável, além de ações de responsabilidade socioambiental implementadas pela empresa desde sua fundação, em 1992.
"Nosso foco é o ecoturismo pedagógico e lazer rural. Atendemos públicos de todo o Estado, além de grupos vindos de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal e Uruguai", diz o empresário. "Mas a atividade que mantém financeiramente a Quinta da Estância é apenas uma de nossas ações", completa, referindo-se a uma série de projetos que desenvolvem, buscando o menor impacto ao meio ambiente.
Localizada em Viamão, em espaço de 100 hectares, a empresa fundou em 1995 um criadouro conservacionista com finalidade pedagógica, onde são reproduzidos animais silvestres brasileiros, especialmente espécies em vias de extinção como capivaras, emas, jacarés, araras, papagaios e tucanos. Além disso, a fazenda recebe, identifica e recupera espécies provenientes do tráfico de animais silvestres apreendidos pelo Ibama, Brigada Ambiental e
Polícia Federal. "O tráfico de animais é a terceira maior atividade ilícita no Brasil, de onde são retirados anualmente 35 milhões de animais, movimentando US$ 25 bilhões por ano", destaca Goelzer, explicando a importância do projeto, que já abriga 300 animais resgatados.
Outra atividade desenvolvida na fazenda é a preservação das matas nativas e ciliares da região, que protegem córregos, árvores, bugios, pássaros e outros animais residentes. A fazenda ainda tem uma unidade biológica, onde trata resíduos da água utilizada, para ser devolvida à natureza, sem contaminar o subsolo e lençóis freáticos.
Além dos cases da Quinta da Estância, o grupo de empresários presente na reunião do Caring for Climate irá ouvir ainda uma proposta da empresa de mobilização de corporações brasileiras para se inserirem em um projeto de economia sustentável no próximo encontro do Rio + 20, em comemoração aos 20 anos da Eco 92.
(Por Adriana Lampert, JC-RS, 17/05/2011)