Necessidade de mecanismos que garantam permanência dos agricultores nas propriedades, sucessão da juventude rural e o estabelecimento de programa nacional de agroecologia contribuindo para o desenvolvimento sustentável, são os desafios enfrentados pelos agricutores familiares.
O meio rural enfrenta hoje três principais desafios que consistem em garantir mecanismos para permanência dos agricultores familiares nas propriedades com renda e desenvolvimento de práticas agroecológicas, a sucessão da juventude rural e, o estabelecimento de programa nacional de agroecologia que disponha de tecnologia pensada para preservação ambiental contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente (MMA) considerou que a participação dos movimentos sociais no ministério aumenta a intenção de criar programa uma vez que a atual gestão aposta em novas frentes de consolidação e parceria e “a agricultura familiar tem sido tratada como elemento estrutural para a política ambiental”.
Para elaboração do Programa Nacional de Agroecologia, a FETRAF-BRASIL entregará relatórios sobre as experiências que estados diferentes tem realizado nesse tipo de produção. A entidade, por meio da Articulação Nacional de Agroecologia já tinha buscado parceria junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrária (MDA) para realização do Programa. Objetivo é que os ministérios atuem juntos.
Para Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL “o Brasil precisar criar práticas de produção alternativa como a agroecologia para prover alimentação saudável. Nós queremos preservar e produzir com qualidade”, explicou.
Na explanação de Marcos Rochinski, secretário Geral da entidade, o MMA tem que ser carro chefe no processo de produção agroecológica, com geração de renda para a agricultura familiar e produção de alimentos saudáveis com desenvolvimento tecnológico voltado para a sustentabilidade. “O Programa Nacional de Agroecologia também deve estar alinhado ao Programa Mais Ambiente para efetivação da educação ambiental ao levar ao agricultor familiar esclarecimentos sobre a legislação ambiental e processo de regularização fundiária, observou.
Maria da Graça Amorim, coordenadora de Meio Ambiente frisou a educação voltada também para aqueles que já saíram da fase escolar, “estabelecendo um processo de aproximação e conhecimento da nossa legislação para orientar os agricultores familiares”.
Na compreensão da entidade, o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) deve estar vinculado ao Programa Nacional de Agroecologia. “Ele é o reconhecimento do modo de vida que é ser agricultor familiar e não apenas da profissão. É o reconhecimento do papel histórico da agricultura familiar”, declarou Rochinski.
Pensando nas mulheres, que hoje detém o poder de decisão nessa nova classe média, o ministério do Meio Ambiente quer a participação da entidade na elaboração de uma proposta sobre como trabalhar o meio ambiente com as mulheres do campo.
Código Florestal
Mais uma vez adiada a votação do novo Código, a ministra se diz otimista e acredita que a sociedade brasileira terá um código florestal convergente, coerente, “do jeito que queremos”. Izabella agradeceu a mobilização da FETRAF-BRASIL caracterizando-a como excepcional. “Se o ministério entra hoje de cabeça erguida nos espaços é pelo esforço, dedicação e compromisso de vocês.
(Por Fernanda Silva, Fetraf-Brasil, EcoAgência, 16/05/2011)