O desmatamento aumentou em 43% no Estado de Mato Grosso conforme dados do sistema denominado Detecção de Desmatamento em Tempo Real, o Deter, coletados entre agosto de 2010 e abril de 2011 e comparados com o mesmo período anterior. As informações foram passadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INpe) durante palestra a coordenadores e funcionários da fiscalização federal e estadual em Cuiabá na manhã de sexta-feira. As autoridades que participaram da palestra, porém, não confirmaram os dados.
"O Deter não se presta a comparações entre período, pois é muito sujeito a variações como a cobertura de nuvens. O sistema é um alerta, em tempo quase real, de possíveis desmates em andamento", disse Mauro Pires, diretor de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério de Meio Ambiente.
A avaliação oficial, disse ele, virá em agosto com a divulgação dos dados do sistema Prodes, que significa Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Lega), que estabelece a taxa oficial de desmatamento.
Segundo ele, porém, é possível afirmar que o Estado vive um "pico fora da curva" nas derrubadas desde o segundo semestre do ano passado. "Ainda estamos aguardando a confirmação oficial, mas é certo que houve uma aceleração", disse.
Mato Grosso, declarou o diretor, vinha mantendo em anos anteriores uma trajetória de redução dos desmates e também na extensão das áreas contínuas derrubadas. "Neste ano, o Deter acusou um desmate de 1.800 hectares, por exemplo. Se não fosse pelo alerta e a fiscalização em tempo hábil, a área total atingida teria sido o dobro", disse.
Ele admitiu que o mudança pode ter relação com uma expectativa de ampla anistia com as mudanças no Código Florestal. "É o que temos detectado nas ações em campo."
(To Sabendo, 15/05/2011)