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educação e sustentabilidade
2011-05-13 | Tatianaf

Foi em 2008, que recém-formado em Ciências Biológicas, Renato Dias, teve a iniciativa de criar uma instituição que trabalhasse com temas com os quais se identificasse. O IPECO, Instituto de Pesquisas dos Ecossistemas do Mato Grosso é uma ONG que trabalha com conservação e preservação da fauna e flora na região. Dos seis membros da época da fundação, apenas Renato, hoje diretor-presidente e Gizelma Casagrande, como tesoureira, permanecem na instituição.

Com atuação abrangente em pesquisa, ações socioambientais e educação ambiental, a luta da ONG não se restringe às questões que defendem em suas missões, mas sim por sua própria sobrevivência. “Temos uma sede temporária (em Várzea Grande), pois pagamos aluguel, procuramos parceiros para nos ajudarem a adquirir uma sede própria, além da compra de equipamentos e ajuda para deslocamentos de viagens”.

Entusiasmados por estarem num estado contemplado por três grandes e ricos biomas terrestres (Cerrado, Pantanal e Amazônia), o grupo promove cursos ao ar livre para estudantes e interessados. “Os cursos são ministrados em áreas particulares na região da Chapada dos Guimarães”, conta Dias. Além da área particular usada para a prática, trilhas do Parque Nacional da Chapada dos Guimaraes também são exploradas pelos alunos, para um conhecimento mais amplo e diversificado. Os cursos duram de dois a três dias, os alunos devem levar barracas para acampamento. Segundo o biólogo, através de equipamentos adequados, os participantes coletam as espécies de mamíferos, anfíbios e repteis, e as soltam no mesmo local.

O IPECO desenvolve numa APA (Área de Preservação Ambiental), na região do Rio Claro, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, campanhas de educação ambiental, junto aos turistas daquele espaço, uma vez que muitos deles acabam produzindo uma grande quantidade de lixo na região. Além de questionários de percepção ambiental, a ONG vem plantando mudas nativas, para reflorestamento do estabelecimento.

Outra atividade de destaque que o IPECO realiza desde 2009, é a campanha sobre os animais atropelados na MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimaraes. “Fazemos esse trabalho em parceria, nos postos policiais. Abordamos os motoristas sobre os animais atropelados, uma vez que devemos ter noção de que se trata de uma Rodovia-Parque, que a biodiversidade em torno é imensa”, desperta Dias. Além de conscientizar, a ONG oferece produtos ecológicos e de divulgação, umas das fontes de recursos da entidade. Folderes não são utilizados, já que se trata de mais geração de resíduos na estrada.

“Chamamos a atenção também para que o Batalhão de Trânsito renove o ofício de nossa parceria para 2011, uma vez que ainda não foi feito”, alerta. Outro ponto destacado pelo pesquisador é o fato que em outras rodovias do estado, de maior movimento de carretas, é que vários resíduos de transportes de grãos são despejados nas estradas, atraindo animais silvestres, que ali são atropelados. Os brotos também podem ser dispersados por animais e pelo vento na vegetação, descaracterizando a Fitossionomia local, de acordo com Renato.

Segundo o Biólogo, os animais que mais são encontrados mortos são o Tamanduá Mirim (Tamandua tetradactyla), e o Cachorro do Mato(Cerdocyon thous), que apesar de não estarem na lista de animais silvestres ameaçados de extinção, merecem atenção pelo grande índice de óbitos na região.

Apesar dos poucos recursos, o IPECO aposta em seus atuais e futuros projetos para uma maior consolidação e afirmação no Mato Grosso. “Vamos fazer o curso de biologia de campo, no Pantanal também, inauguraremos nosso laboratório em nossa sede, como extensão dos cursos, além da realização de um concurso de fotografia de natureza” exalta Dias. O concurso, de alcance nacional, terá inicio em Julho, com um tema ainda a ser definido dentro da temática do Ano Internacional das Florestas. Os candidatos terão três meses para enviarem as fotos sendo que a votação e a exposição serão na sede física da APA que a ONG atua na região da Chapada dos Guimarães.

(Por Ivan Ruela, EcoAgência, 13/05/2011)


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