O adiamento da votação das mudanças no Código Florestal mobilizou nesta quinta, dia 12, produtores rurais do Sul do país. Já os ambientalistas fizeram um protesto diferente, pedindo a manutenção do Código. A proposta deveria ter sido votada pela Câmara dos Deputados nesta quarta, dia 11, mas foi adiada para a próxima semana.
O protesto, organizado pelo movimento S.O.S Mata Atlântica, contou com a participação da ONG WWF, estudantes de uma escola da Capital, Agapan, CNBB, além de outras entidades. O grupo se reuniu no maior parque de Porto Alegre para distribuir panfletos e adesivos. Eles acreditam que o Código Florestal precisa ser cumprido sem mudanças para a preservação das florestas.
– O que menos se fez foi respeitar esta lei. Mas também o pouco que conseguiu se preservar no Brasil, no campo e na cidade, foi em virtude do Código Florestal. No momento em que se propõe uma diminuição da proteção da vegetação prevista no Código Florestal, nós vamos ter um efeito cascata de diminuição da vegetação no campo e na cidade em todo o Brasil – ressaltou o ambientalista Beto Moesch.
A manifestação terminou com o plantio de cinco mudas de árvores nativas no parque. O dia foi de protesto também para os produtores rurais que esperam as mudanças no Código Florestal. Para eles, as últimas alterações feitas no texto do relatório trazem novos pontos de conflito. Um exemplo são as Áreas de Preservação Permanente que devem ser regulamentadas por decreto federal.
– Nós estamos ficando sem um rumo necessário. Os produtores ligam aqui pra Federação querendo saber que medida vai tomar, como vai se adequar e nós não temos a regra depois de três anos de discussão. Isso é muito ruim. O governo federal deveria ter agilizado e colocado em votação um projeto amadurecido e discutido por longo tempo – declarou Ivo Lessa, consultor de meio ambiente Farsul-RS.
– Estava bem explícito e com avanços, lógico que com algumas questões a serem regulamentadas posteriormente, inclusive já com uma boa conversa com o executivo para que estas regulamentações acontecessem das áreas consolidadas, de APP, e também da não obrigatoriedade de reserva legal em relação aos quatro módulos e já dando sinalização do pagamento de serviços ambientais. Então na nossa visão era um texto bom, claro, podia até ser melhorado, se tivesse sido votado era um avanço na linha do que nós queremos – ressaltou Elton Weber, presidente da Fetag.
(Por Cristiano Dalcin, Canal Rural, 13/05/2011)