O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira que o Palácio do Planalto não trabalha com prazo para a votação da reforma do Código Florestal.
Segundo o petista, que foi responsável pelo cancelamento da votação que começou na noite de quarta-feira (11) na Câmara, o governo só vai liberar a análise do texto quando tiver certeza de voto favorável à proposta que defende.
Ontem, um racha na base aliada ameaçou imprimir a primeira derrota do governo Dilma Rousseff no Congresso.
O líder mandou um recado para a bancada ruralista afirmando que é preciso acelera um entendimento porque nunca ouviu no governo o interesse de prorrogar o decreto que anistia desmatadores, que vence no dia 11 de junho.
"Tem um decreto que vai expirar no dia 11 de junho e pelo que sei das conversas do governo, esse decreto não será prorrogado. Então, é importante que as pessoas que defendem o setor produtivo, que estão participando desse debate acelerem para fazer um acordo para a gente poder votar", disse.
Vaccarezza reconheceu que o clima na casa não está favorável para votações e disse que vai trabalhar na próxima semana para restabelecer a interlocução tanto com a base aliada, como com a oposição.
"Fica difícil [ter clima para votar]. A oposição e os setores da base têm razão de reclamar. Mas o governo só concordará com a votação do texto quando a situação estiver equilibrada entre a defesa do meio ambiente e as necessidades da produção", afirmou.
Segundo o líder, o governo continua apoiando o texto de Aldo e não pensa em apresentar nenhum substitutivo ao texto do relator. O petista afirmou, no entanto, com o governo ainda permanece com pontos divergentes, como a isenção da reserva legal para propriedades de até quatro módulos e as punições para quem desrespeitar o meio ambiente.
"Não tem plano B. A base é o texto do Aldo. O governo não vai avançar em mais nada e não vai recuar", disse.
Vaccarezza afirmou que na próxima semana vai tentar buscar um entendimento com a oposição para votar medidas provisórias. A prioridade é a 521 que entre seus itens trata de regras para as licitações das obras da Copa do Mundo e da Olimpíada. Ao derrubar a votação do Código Florestal, Vaccarezza rompeu acordo com a oposição e com a base de votar esse texto e na sequência analisar a MP 521, que enfrenta resistência dos oposicionistas.
(Folha.com, 13/05/2011)