Os chanceleres da Argentina, Héctor Timerman, e do Uruguai, Luis Almagro, analisaram a eventual contaminação do Rio Uruguai provocada pelas atividades da fábrica finlandesa de pasta de celulose UPM (ex-Bótnia).
Desde o início de maio cientistas dos dois países estão trabalhando no monitoramento conjunto do rio. O processo foi acordado entre os governos de ambos os países para colocar fim ao conflito diplomático originado em 2005 com a instalação da indústria.
De acordo com um comunicado divulgado após a reunião entre os dois ministros, a análise feita por ambos foi focada em dois pontos: "a medição do grau de contaminação dos efluentes antes da eventual introdução de água bruta do rio para seu esfriamento e a medição da temperatura do efluente antes de seu retorno ao rio".
Os chanceleres concordaram em realizar a Comissão Administradora do Rio Uruguai (Caru) para que o Comitê Científico estude essas duas questões e "determinar se é conveniente ou não a introdução da água bruta do rio".
O início das operações da fábrica, que está localizada na margem uruguaia do rio, causou protestos do outro lado da fronteira e levou a desentendimentos diplomáticos, que só foram superados após os presidentes Cristina Kirchner e José Mujica assinarem um acordo de vigilância ambiental.
Os argentinos reclamavam que, além de poluir o rio, a construção da indústria violava o Tratado do Rio Uruguai. O caso chegou a ser levado para a Corte Internacional de Justiça, sediada em Haia, na Holanda, que, há um ano, determinou a manutenção das instalações da UPM, mas recomendou a criação de um mecanismo de controle.
No encontro bilateral, os chanceleres ainda discutiram a realização de uma reunião entre a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente uruguaio, José Mujica, que deverá acontecer em um prazo de 45 dias.
"Esta nova reunião presidencial permitirá a adoção de decisões que consolidarão ainda mais os avanços existentes em áreas muito significativas do relacionamento bilateral e do processo de integração entre ambas as nações", destacou a nota.
Timerman e Almagro também trataram da geração de energia por meio de uma indústria de regaseificação e transmissão de energia elétrica.
Outros temas do encontro foram a criação do conselho empresarial uruguaio-argentino, a promoção comercial conjunta no setor de softwares, a construção da Ponte Monte-Caseros-Bella Unión e a integração do Comitê Binacional para a Copa do Mundo de 2030.
(Ansa, DCI, 13/05/2011)