O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, determinou nesta sexta-feira, 6, a paralisação das operações da usina nuclear Hamaoka, ao sudoeste de Tóquio, por motivo de segurança. A planta da usina está em uma área de falha sísmica, onde há risco de um terremoto, segundo a agência local Kyodo.
A usina nuclear de Hamaoka, operada pela Chubu Electric, fica no litoral do oceano pacífico em Tokai. A área é de confluência de três placas tectônicas e o temor do governo japonês é de que um forte terremoto possa atingir a região nos próximos 30 anos.
O primeiro-ministro acredita que todos os reatores da planta, localizada na província de Shizuoka, deveriam ser paralisados enquanto não existam medidas suficientes de segurança para enfrentar tsunami ou terremoto de elevada magnitude, o que deve acontecer no médio e no longo prazo.
Após a exigência do governo, a Chubu Electric, terceira companhia de energia nuclear do Japão, anunciou que vai paralisar os dois reatores nucleares que estão ativos nessa central e atualmente produzem 2,5 mil megawatts de eletricidade, informa a Kyodo.
"Esta é uma decisão tomada após refletir sobre a segurança das pessoas", disse o chefe de governo japonês, que previamente reconheceu que a resposta de seu gabinete à catástrofe de 11 de março foi "inadequada em vários aspectos".
A usina nuclear de Hamaoka ficará paralisada até que sejam tomadas as medidas de segurança necessárias, apontou em entrevista coletiva Kan, que não forneceu uma data para o reatamento de suas operações.
No complexo nuclear de Hamaoka estão neste momento em operação os reatores 4 e 5, enquanto as unidades 1 e 2 foram desativadas.
A operadora Chubu Electric havia anunciado sua intenção de retomar as operações no reator 3 uma vez sejam realizadas as inspeções previstas para julho.
O governo do Japão já tinha pedido à operadora revisão dos sistemas de segurança da planta após a crise nuclear que atinge o país. O governo acredita que as medidas são insuficientes no caso de um terremoto de grande magnitude.
(Estadão, 11/05/2011)