A remoção de cinco árvores de uma calçada da rua Bagé, ao lado da Fundação Bradesco, motivou protestos por parte de alguns moradores.
No início da manhã de ontem, uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) concluiu a retirada das espécies que estavam deteriorando a calçada. Vereadores foram chamados e compareceram ao local para ouvir as reivindicações da população.
O morador Argeu Moreira, 63 anos, conta que ouviu a movimentação dos funcionários da prefeitura no começo da manhã. Ele mora há 20 anos no local, e revoltado, chamou os vereadores para verificarem o corte das árvores. “É um vandalismo o que fizeram com o meio ambiente, com a rua e com a comunidade. Fiquei indignado com esse corte. Quando todo mundo fala em preservação, vem a prefeitura e derruba todas as árvores de uma rua”, afirma.
O vereador Gustavo Moraes (PMDB) criticou a derrubada das espécies. Para ele, a prefeitura não deveria cortar árvores em um local próximo a uma escola, onde as crianças recebem lições de preservação ambiental. “Árvores que demoram oito, nove anos para crescer e em uma manhã são abatidas. A prefeitura não está repondo nenhuma muda, e tem espécies que podem ser plantadas o ano todo”, afirma.
O biólogo da Smam, Zeno Freitag explicou aos moradores que a escola foi quem solicitou o procedimento. “São árvores inadequadas para a calçada, estavam levantando e algumas em processo de secagem. É correta a retirada para o plantio de outras no lugar”, explica. O argumento, no entanto, não convenceu a vereadora Sônia Leite (PP), que entende que seria mais fácil arrumar a calçada do que derrubar as plantas.
Para a progressista, não existe justificativa para o corte. “Para tirarem as ervas de passarinho que matam não tem funcionários, mas para eliminar temos um arsenal”, afirma. O chefe de gabinete da Smam, Diego Barros Fonseca explica que a escola concordou com a substituição das árvores. “O conserto da calçada era inviável, nosso laudo técnico provou que as árvores seguiriam crescendo”, afirma. Conforme Fonseca, a partir de junho, um caminhão munck irá intensificar a retirada de parasitas.
Alguns moradores não concordaram com a reclamação. Para Agustinha Alves dos Santos, 65 anos, que reside há mais de 30 anos na rua Bagé, o corte não é prejudicial. “Não condeno esta remoção, a árvore estava deteriorando a calçada, do lado de lá já tem tantas, porque não retirar essas que estão inadequadas? Gosto muito de plantas, desde que não estejam atrapalhando nem estragando”, explica.
(O Minuano, 11/05/2011)