Conselho defende outras alternativas para garantir segurança
O dano em equipamentos históricos e a frequente ação de vândalos contra o patrimônio público na Redenção reacendem o debate sobre o cercamento do parque. Contrário à ideia de controlar o acesso pela instalação de grades, em sua maioria, o Conselho de Usuários da Redenção reuniu-se ontem para discutir alternativas de segurança no maior espaço verde da área central de Porto Alegre.
"É uma ideia absurda. Cercar a Redenção só vai tirar o cidadão de dentro do parque e oferecer um espaço seguro para o mau usufruto", defendeu Roberto Jakubaszko, membro da executiva do Conselho de Usuários. Ele acredita que de nada vale o cercamento sem a implementação de um esquema de vigilância. Jakubaszko afirmou que a Redenção está maltratada como um todo. "A proposta de retirar o Minizoo é contraditória para os defensores do cercamento, pois alega proteger os animais e pretende enjaular as pessoas. E os materiais que não são depredados estão em processo de deterioração, sem que uma atitude de conservação seja tomada."
Segundo ele, o Conselho de Usuários fará uma reunião na próxima semana, para a qual serão convidados representantes do Executivo e da Câmara.
Entre as pessoas que habitualmente cultuam o lugar também há polêmica. Lúcia Medalha Haesbaert, 98 anos, viu o parque nascer para a vida comunitária. "Eu estava aqui na inauguração. Antes era um mato. Será que adiantaria fechar?", questionou a aposentada, que costuma passear e fazer crochê na Redenção ao lado da filha Marta. "É muito chato ver as coisas estragadas, mas fechar só vai atrapalhar a gente de usar. O que precisa é mais vigilância", opinou a babá Lidiane Rocha, 20 anos. Ela curte o parque com o filho Pedro, 1 ano, nas horas de folga. O taxista Marcelo Machado, 40 anos, discordou: "Tem que fechar e cobrar entrada. Usar o dinheiro para a conservação do parque".
(Correio do Povo, 06/05/2011)