Chegou a cinco o número de mineiros mortos na explosão ocorrida ontem (3) em uma mina de carbono localizada em San Juan de Sabinas, no estado mexicano de Coahauila (norte). Outros nove trabalhadores estão desaparecidos e, de acordo com o secretário do Trabalho no México, Javier Lozano, não há esperanças de encontrá-los com vida.
"Uma explosão desta magnitude faz supor que houve uma morte instantânea. O que dizem os especialistas é que a probabilidade de que puderam sobreviver é quase nula”, declarou.
As vítimas estão presas a 60 metros de profundidade e encontram-se incomunicáveis. A onda explosiva que saiu até a superfície da mina atingiu o mineiro Luis Fernando Lara, de apenas 15 anos, que perdeu um braço e encontra-se em estado grave.
Houve dificuldade nas operações de resgate devido aos altos níveis de gás metano. Entretanto, segundo Lozano, já é possível respirar e seis especialistas continuam as buscas. Uma equipe de especialistas chilenos também foi enviada ao local, hoje, a pedido da chancelaria mexicana.
O secretário do trabalho informou que o representante da mineradora BIMSA, Juan Espinosa Dávila não visitou o local após a explosão. Lozano também afirmou que a mina foi aberta há 20 dias, sem aviso prévio e com várias irregularidades, como trabalho infantil.
O presidente do México, Felipe Calderón, pediu à Procuradoria Geral da República que investigasse as causas da explosão. Até o momento, os motivos da tragédia não foram confirmados.
Há cinco anos, a comunidade já havia vivenciado a explosão da mina de carbono Pasta de Conchos. 65 mineiros morreram na tragédia e, segundo a imprensa local, até hoje, apenas dois corpos foram resgatados.
Solidariedade
O Sindicato Nacional de Trabalhadores Mineiros, Metalúrgicos, Siderúrgicos e Similares lançou, ontem, uma nota em solidariedade aos mineiros vítimas da explosão.
Eles lembram que recentemente, no dia 28 de abril, comemorou-se o Dia Internacional da Saúde e Segurança no Trabalho e afirmam que a explosão de Sabinas ocorreu por negligência dos empresários.
Os sindicalistas reforçaram que a Secretaria do Trabalho deve investigar as causas do desastre, castigar os culpados e exigir que as mineradoras cumpram as diretrizes de segurança estabelecidas por lei "mesmo que se trate de empresas, autoridades federais ou estatais omissas no cumprimento das responsabilidades legais que têm para proteger a vida e a saúde dos trabalhadores”, ressaltam.
De acordo com a entidade, os trabalhadores das minas de carbono mexicanas atuam em "condições de inseguridade total (...) em especial nessa zona conhecida como a Região Carbonífera”.
Com informações de TeleSur e imprensa local
(Adital, 05/05/2011)