O PV protocolou, na tarde de quarta-feira, no STF (Supremo Tribunal Federal), um mandado de segurança para tentar adiar a votação do Código Florestal no plenário da Câmara dos Deputados.
Segundo o líder do partido, deputado Sarney Filho (MA), o pedido foi feito porque não havia tempo hábil de examinar o texto, cuja votação estava agendada para começar às 20h desta quarta-feira. "São 17h10 e não temos o texto ainda. Não tem condição", disse o deputado.
Outro argumento é a questão regimental. Segundo o PV, um projeto de lei que pode ser inscrito numa medida provisória, como é o caso do novo código, não poderia ser votado numa sessão extraordinária como a de hoje.
A reforma do código teve seu pedido de urgência aprovado na noite de terça-feira por 399 votos a 18, com uma abstenção.
O PV e o Psol tentaram obstruir a votação da urgência, mas foram atropelados pelos outros partidos.
O próprio PT, que vinha pedindo mais tempo para discutir o projeto, acabou capitulando ao Executivo e concordando com a urgência.
No governo, o ânimo era de votar a versão "de consenso" do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a mudança do código na própria quarta-feira.
Esperava-se que Rebelo apresentasse um novo texto, acolhendo todas as sugestões feitas pelo Executivo --inclusive a exigência de reserva legal para propriedades de até quatro módulos fiscais, um dos maiores pontos de divergência.
O novo texto --o "ajuste no vestido da noiva", nas palavras de Rebelo-- não havia sido divulgado até o final da tarde.
(Folha, 04/05/2011)