Segundo estudo da Abrelpe, região possui o maior percentual de resíduos enviados para lixões e aterros controlados no País, seguida pelo Nordeste, com 66%, e pelo Norte, com 65%.
Dados da nova edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostram que a situação do lixo nessas três regiões do País ainda é muito alarmante, principalmente no tocante à destinação dos mesmos. Em 2010, das quase 14 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) coletados por dia no Centro-Oeste, 71,2% tiveram como destino final os lixões e aterros controlados. No Nordeste, foram coletadas diariamente mais de 38 mil toneladas, e o percentual de destinação inadequada chegou a 66%, enquanto que no Norte 65% das 10,6 mil toneladas diárias não foram destinadas adequadamente.
“Se compararmos com os dados de 2009, apesar de essas regiões terem ampliado, em média, em mais de 10% a destinação final adequada dos resíduos urbanos, enviando-os para aterros sanitários, a quantidade de lixo encaminhado para lixões e aterros controlados, ou seja, para destinos irregulares, ainda é extremamente significativa, o que resulta em sérios prejuízos ao meio ambiente”, alerta Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe. Ele ressalta que também preocupa muito o volume de lixo que sequer é coletado no Nordeste: são quase 12 mil toneladas por dia.
Nas outras duas regiões, Sudeste e Sul, o cenário é mais positivo, mas ainda não é o ideal e nem aquele previsto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Das 92 mil toneladas coletadas diariamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, 28,3% seguem para lixões e aterros controlados. Nos três estados do Sul, que juntos coletaram quase 19 mil toneladas por dia em 2010, o percentual de RSU que têm destino inadequado é de 30,3%.
A região Sudeste continua respondendo por mais da metade dos RSU coletados no Brasil, com 53,1%. Em seguida, vem o Nordeste, com 22%; o Sul, com 10,8%; o Centro-Oeste, com 8%; e por último o Norte, com 6,1%. Nas capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes foram coletadas 70,8 mil toneladas de RSU por dia, o equivalente a 1,2 kg por habitante – número superior à média nacional per capita , que atingiu 1,08 kg/hab/dia. “A geração per capita é ainda maior no Sudeste, onde foi registrado um índice de 1,288 kg/hab/dia. Já os brasileiros que menos produzem lixo são os que vivem no Sul, região cuja geração per capita em 2010 foi de 0,879 kg/hab/dia”, conclui Silva Filho.
(Ecoagência, 28/04/2011)