O desmoronamento de um aterro sanitário, nesta manhã de segunda-feira, 25, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, pode trazer graves danos ambientais. Existe a hipótese de quantidades de chorume, das 450 mil toneladas de lixo espalhadas na Estrada do Ribeira, escorrerem para o córrego Taboãozinho. Suas águas desembocam no Rio Paraíba, responsável pelo abastecimento da região do Vale do Paraíba.
Técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) recolheram amostras d'água para avaliar se foram ou não contaminadas. O chorume é um líquido originado da decomposição de resíduos orgânicos e possui potencial de poluir volumes em larga escala.
De acordo com a companhia, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, equipes planejam neste momento a remoção de um montante de terra e lixo de cerca de 12 metros de extensão. Uma parte do material já está sendo retirada com tratores, na tentativa de apressar a limpeza das margens do córrego.
Não houve explosão, como suspeitou-se ao longo do dia. Aconteceu, sim, segundo a Cetesb, um deslocamento da área, de causa ainda investigada.
O local é de propriedade da empreiteira Pajoan, licenciada pelo órgão. Além de Itaquaquecetuba, recebia resíduos urbanos de Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Salesópolis e Biritiba Mirim.
Seu encerramento definitivo, previsto para quando atingisse a cota de 755 metros de lixo, deve ser adiantado. Após o desastre, a Prefeitura de Itaquaquecetuba provavelmente embargará o empreendimento.
(Estadão, 26/04/2011)