A paisagem da ponte sobre o Arroio Carvalho, após os túneis da Rota do Sol no sentido Caxias do Sul-Litoral, lembra uma pintura, porém, um acidente com um caminhão carregado com tintas e solventes manchou um pouco deste quadro na tarde de domingo. Ontem, técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) avaliaram os danos ambientais provocados pelo derramamento da carga, no Km 15 da RS-486. Eles constataram que houve queima ou vazamento em no mínimo 15 dos 24 tonéis e bombonas com cerca de 200 litros de tinta ou tíner cada.
O acidente aconteceu próximo aos pardais da área de preservação ambiental e provocou congestionamentos no domingo. Na manhã de ontem, a carcaça do caminhão foi removida, e o trânsito fluía normalmente. Porém, técnicos da Fepam ainda fiscalizavam funcionários da Tecnothiner, de Criciúma (SC), que retiravam tonéis e restos químicos espalhados pela área. Como o caminhão incendiou, boa parte do material entrou em combustão, mas o maior temor era com as águas do Arroio Carvalho, cerca de 200 metros abaixo do ponto do acidente.
– Houve uma contaminação, mas pequena. Dos cinco tonéis que caíram na água, apenas um deles vazou, além do tanque de combustível do caminhão. Para calcular a extensão dos danos, tem de levar em consideração o volume de água, que nesse caso é grande e fez com que os químicos se diluíssem com facilidade, minimizando o impacto – explica o engenheiro químico da Fepam André Milanez.
Quanto à fauna e à flora, o biólogo da Fepam Diego Hoffmeister informa que uma área de cerca de 100 metros quadrados foi atingida:
– É uma pequena área, bem próxima da rodovia, um ambiente já bastante modificado por causa da estrada. Não há nenhum remanso com indício de contaminação na água, nada que vá provocar mortandade de peixes ou algo do tipo. Pouco afetou a vegetação, além do que pegou fogo. Algumas pedras e árvores ficaram manchadas, mas já foi feita a limpeza.
Segundo os técnicos, a empresa de Criciúma tinha licença para o transporte da carga, mas poderá ser autuada pelos danos ao ambiente.
(O Pioneiro, 26/04/2011)