(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
agapan
2011-04-25 | Matsubara

Lutas contra os agrotóxicos, as usinas nucleares e a devastação da Amazônia marcam a história da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural desde o início, na década de 70. A Agapan é a primeira entidade ambiental do Brasil. Pioneira na abordagem e no debate ambiental, foi declarada de utilidade pública estadual e municipal. É uma das mais importantes entidades ambientalistas do RS e das mais respeitadas no Brasil e em vários outros países. Com 40 anos, completos no dia 27 de abril de 2011, a Agapan segue com novos desafios, fortalecendo lutas atuais.

“Vamos comemorar durante todo o ano”, diz Edi Fonseca, ex-presidente, ao citar debates, palestras, homenagens e uma exposição que será lançada na Câmara de Vereadores em junho. Na quarta-feira, dia 27, a partir das 19h, a Agapan reúne associados, conselheiros, amigos e parceiros para comemorar o aniversário, no restaurante Via Imperatore, na Cidade Baixa.

Há 40 anos, a trajetória da Agapan começou no combate às podas indiscriminadas das árvores de Porto Alegre e no incentivo à criação de praças, parques e reservas. “Porto Alegre não seria uma das cidade mais arborizada do país se não fosse pela Agapan”, comemora o biólogo Francisco Milanez, conselheiro da entidade. “Naquela época alertarmos a sociedade contra a caça indiscriminada, a devastação da Amazônia, as queimadas e defendemos a educação ambiental e a criação de órgãos públicos de administração ambiental”. Milanez observa que muitas “daquelas” bandeiras se mantêm, como a luta contra a energia nuclear, “que voltou à mídia” com o vazamento de urânio e plutônio dos reatores japoneses, após a Tsunami que atingiu a costa nordeste daquele país, e polêmica proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro, cujo substitutivo tramita no Congresso Nacional.

Da árvore à chaminé


Nos anos 80, a Agapan é protagonista da defesa das árvores urbanas com a subida na árvore da João Pessoa, pelo militante Dayrell. Naquela década, durante a campanha de redemocratização do Brasil, a pressão do movimento ambiental, inclusive gaúcho, garantiu, em 1988, a introdução do capítulo de Meio Ambiente na Constituição do Brasil. É nesta Lei que estão importantes instrumentos para a política urbana, como o zoneamento ambiental, as zonas especiais de interesse social, o referendo popular ou plebiscito e o impacto de vizinhança. “Igualmente e infelizmente, temas muito atuais”, desabafa Milanez, ao citar, daquela época, conquistas como a Lei dos Agrotóxicos, a campanha contra o uso de carvão para geração de energia e, claro, o incentivo às tecnologias limpas.

Na década de 90, a legislação continuou a ser aperfeiçoada, com a elaboração das Leis Orgânicas Municipais, “cujos debates e artigos têm muito da indicação dos associados da Agapan”, lembra Sandra Ribeiro, ex-presidenta e atual conselheira. Para ela, campanhas contra a poluição das águas, o patenteamento dos seres vivos e contra a incineração de resíduos sólidos são conquistas que devem ser lembradas. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo, só foi sancionada no ano passado, após mais de 20 anos tramitando no Congresso Nacional.

O combate aos transgênicos, às queimadas, à silvicultura e a hidrelétricas, como as de Barra Grande, Jaguari e Taquarembó, foram os focos de atuação e luta da Agapan, já neste século XXI. “Fortalecemos nossa oposição aos megaempreendimentos (hidrelétricos, loteamentos) e nos mantivemos contrários à flexibilização da legislação ambiental, a exemplo do PL 154, que no ano passado conseguimos barrar no legislativo gaúcho”, lembra Eduardo Finardi Rodrigues, presidente da Agapan.

A preservação da biodiversidade do Pampa Gaúcho e o combate à monocultura florestal com espécies exóticas, incluindo a elaboração de políticas públicas contra o Capim Annoni e demais invasoras, buscando um modelo sustentável também para a chamada Metade Sul do Estado, são lutas da Agapan que marcam este século. “Também atuamos na discussão de Planos Diretores Urbanos e Ambientais e nossas defesas foram aprovadas pela maioria dos eleitores que participaram do Plebiscito do Pontal do Estaleiro, em agosto de 2009, contrários à privatização da Orla do Guaíba”, lembra Celso Marques, conselheiro.
 
Defesas públicas e cidadania


“Naquela época (agosto de 2008), comemoramos 20 anos da Subida da Chaminé da Usina do Gasômetro”, destaca a então presidenta Edi Fonseca. “A repercussão daquele ato é o que nos garante, até hoje, o acesso público ao Guaíba, para tomarmos chimarrão e apreciarmos o pôr-do-sol”, diz ela.

Com 40 anos de lutas, a Agapan segue com novos desafios. “O caos climático, com aquecimento global, derretimento de geleiras, vendavais e chuvas intensas, faz com que a Agapan mantenha o foco no global, com atuações locais”, defende Celso Waldemar, vice-presidente. “Este é o lema do ambientalismo: Pensar Global e Agir Local. É nesse sentido que pretendemos manter campanhas internacionais contra o patenteamento da vida e todos os processos que geram dioxinas, como a incineração de lixo e o uso de cloro ou seus derivados, no branqueamento da celulose para produção de papel”, analisa Waldemar, ao citar ainda a importância de uma legislação inibidora de embalagens descartáveis, a não canalização dos arroios e o fomento à segurança alimentar, baseada na produção e consumo de alimentos ecológicos.

Origens que "pulsam?”


As bases que originaram o surgimento da Agapan datam da década de 30. Naquela época, o fiscal Henrique Luis Roessler escrevia uma coluna no atual Correio do Povo, denunciando caça e pesca predatórias, desmatamento e queimadas. A atuação de Roessler na imprensa incentivou a organização do movimento ecológico gaúcho. Em abril de 1971, graças à iniciativa de Augusto Carneiro (militante, com seus 88 anos) e de alguns admiradores, foi fundada a Agapan, sob a liderança de José Lutzenberger, dando continuidade à obra iniciada por Roessler.

Lutzenberger viveu até 2002. Ele dizia que mesmo que soubesse que o mundo acabaria em três dias, continuaria fazendo tudo o que vinha fazendo ao longo de toda a sua vida: o que considerava certo, digno e correto como expressão de sua consciência ecológica.

Augusto Carneiro, um dos fundadores e principais ativistas históricos da Agapan, mesmo com 88 anos, segue na luta pela informação ambiental e vende livros voltados à ecologia nos sábados de manhã, na Feira dos Agricultores Ecologistas da José Bonifácio, em Porto Alegre.

A “Ecologização participativa da sociedade através da defesa da biodiversidade e a busca de um modelo civilizatório autônomo, harmônico, socialmente justo e ecologicamente sustentável”, missão da Agapan, segue mantendo o lema: “A vida sempre em primeiro lugar!”

(Por Adriane Bertoglio Rodrigues, para EcoAgência, 25/04/2011)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -