A presença de substâncias nocivas à saúde no solo também prejudicam animais e plantas, além das atividades pecuária e agrícola.
O contato direto com o solo pode parecer algo distante para a maioria das pessoas, sobretudo, para quem mora em grandes cidades. Mas as consequências da má qualidade do chão onde pisamos podem estar mais próximas do que muita gente imagina. São diversos os tipos de substâncias que podem contaminar o solo e chegar até o organismo humano. A contaminação ambiental por compostos derivados de petróleo como o benzeno, etilbenzeno, tolueno e o xileno se dá principalmente devido ao alto potencial poluidor e à elevada toxicidade destas substâncias. Daí o perigo de vazamentos em dutos e tanques de armazenamento subterrâneo em postos de combustíveis, por exemplo.
Outra forma muito comum de contaminação é o descarte incorreto de resíduos industriais no solo. Independentemente da substância, a contaminação tem, ainda, um importante agravante: o contato com o lençol freático. De acordo com a geóloga dos Laboratórios Bioagri Sabrina Macluf Regattieri, um contaminante de um solo impactado pode atingir as águas subterrâneas e/ou mananciais de abastecimento de cidades. “Por isso, a análise da qualidade da água e do solo é essencial, já que possibilita identificar e quantificar as substâncias contaminantes presentes nestes ambientes”, explica.
A recomendação, neste caso, é, além de não utilizar águas contaminadas para nenhum tipo de atividade, evitar até mesmo o contato com ela. Outra via de exposição da população à contaminantes é a ingestão de água proveniente de poços artesianos localizados próximo à áreas contaminadas, o que também deve ser evitado. Outro cuidado essencial é com as crianças que brincam diretamente no solo e que podem até mesmo ingerir e/ou inalar partículas provenientes da terra contaminada.
A presença de substâncias nocivas à saúde no solo também prejudicam animais e plantas, além das atividades pecuária e agrícola, o que reflete diretamente na saúde humana. Ao consumir vegetais contaminados, pode ocorrer um acúmulo de determinadas substâncias nocivas ao organismo”, afirma Regattieri. Um dos casos de contaminação de solo mais conhecidos no Brasil é o do Aterro Mantovani, no interior de São Paulo. O local recebeu mais de 300 toneladas de resíduos industriais sem a devida impermeabilização, entre 1974 e 1987, o que contaminou o solo e as águas subterrâneas.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), estabelece critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas.
(Por Marina Erbolato - Novità Comunicação, 20/04/2011)