Proposta é implantar um sistema para que os agricultores possam acompanhar os resultados do plantio e da produção.
Com o objetivo de diversificar a produção e incrementar a renda dos agricultores de Sapiranga e Araricá, estão sendo implantadas áreas demonstrativas piloto em sistemas agroflorestais. A iniciativa faz parte do projeto Fortalecimento das agroflorestas no Rio Grande do Sul: formação de rede e segurança alimentar e nutricional, realizado pela Emater/RS-Ascar e UFRGS, em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e a ONG Sementes da Vida.
De acordo com chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em Sapiranga e também coordenador do projeto, Mateus Farias de Mello, a proposta é implantar um sistema agroflorestal (SAF) para os agricultores poderem acompanhar os resultados. "Ainda este ano vamos começar o plantio e parte da produção será destinada para a merenda escolar. Queremos mostrar aos agricultores que é possível ter uma boa produtividade num plantio que leve em conta a parceria de diferentes espécies agrícolas e florestais", salienta Mateus.
Com ampla experiência em agroflorestas, o engenheiro florestal Jean Dubois e o ecólogo Ricardo Mello visitaram as áreas demonstrativas acompanhados por extensionistas e sugeriram o plantio de espécies que sejam mais adequadas às condições da região.
Uma das áreas está localizada em Sapiranga, no sítio PP, onde o proprietário destinou 0,3 hectares para a implantação do SAF. A proposta é usar plantas que se adaptem bem entre as acácias negras, que são amplamente cultivadas pelos produtores da região, utilizadas principalmente para lenha, carvão e para a produção de tanino.
As espécies sugeridas para o plantio incluem a banana, erva-mate, araçá, guajuvira, jabuticaba, aipim e o amendoim. Também foram citadas a palmeira juçara, o café arábica, além do mirtilo e da amora silvestres. Para Jean, o produtor deve sempre apostar na biodiversidade e não depender de apenas um produto agrícola.
Os técnicos também visitaram outra área demonstrativa em Araricá, situada na sede da ONG Sementes da Vida, onde foram sugeridas espécies como salgueiro e o vime que, são mais adaptadas as áreas de solo úmido. No espaço, também serão realizadas atividades de educação ambiental com as crianças, além de cursos e palestras de formação para os agricultores com enfoque na agricultura orgânica e sistemas agroflorestais.
(Jornal NH, 20/04/2011)