Os cientistas estão divididos um ano depois do vazamento de óleo e da explosão na plataforma de prospecção da petrolífera BP (British Petroleum) no golfo do México, que ocorreu em 20 de abril e provocou a morte de 11 pessoas.
Os céticos sobre o "estado de saúde" da região afirmam que os chamados "indicadores naturais" preocupam.
As ocorrências registradas recentemente apontam para danos em corais, mortes de golfinhos e tartarugas cuja causa é desconhecida e surgimento de caranguejos com colorações estranhas.
"É prematuro concluir que as coisas estão boas... Há surpresas vindo. Estamos encontrando bebês golfinhos mortos", comenta a chefe da Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA), Jane Lubchenco. Cerca de 300 carcaças desses animais foram encontradas desde o vazamento.
Apesar das anomalias, há o grupo de cientistas que acredita que o golfo está voltando à normalidade após o acidente que jogou aproximadamente 4 milhões de barris de óleo.
"Quando consideramos todo o golfo do México, penso que a restauração natural do local está perto do que era antes do vazamento", defende Wes Tunnell, da Universidade Texas A&M, responsável por um relatório entregue ao árbitro federal que decide para onde a ajuda financeira do governo vai. O estado de saúde do golfo, segundo ele, era de 70 antes do acidente com o óleo. Ele hoje daria a nota 69.
O especialista veterano em vazamentos da Universidade Estadual da Lousiana, Ed Overton, também está entre os grupos que acreditam que o vazamento não provocou tantos prejuízos ao ambiente. Sobre uma viagem recente à região, ele comentou que não viu sinais do vazamento.
A pesquisadora da Universidade de Georgia Samanta Joye, entretanto, diz: "O óleo não se foi. [A questão] é que não podemos vê-lo."
A BP já recebeu autorização para reiniciar as perfurações em águas profundas no golfo do México.
(Folha de São Paulo, 18/04/2011)
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/904136-cientistas-se-dividem-sobre-saude-do-golfo-do-mexico.shtml