Um artigo publicado pela Royal Society nesta segunda-feira diz que os gases-estufa precisam de um sistema de monitoramento que possa indicar mudanças climáticas relevantes e também fiscalizar os cortes de emissões assumidas pelos países em tratatos ambientais.
"Nossa rede de monitoramento é muito, mas muito, limitada", comenta o especialista em emissões de metano da Universidade de Londres, Euan Nisbet, cuja pesquisa se junta a mais outras 15 divulgadas na edição especial da "Philosophical Transactions of the Royal Society" sobre o tema. O documento cita que o sistema verificaria o cumprimento das metas de emissões propostas pelo Protocolo de Kyoto, com prazo de validade em 2012, e seu plano sucessor.
O clima na Terra tem se alterado em um período relativamente curto nos últimos tempos, com aquecimentos que ocorrem mais rápido do que há 12 mil anos, provavelmente por causa das emissões criadas pelo homem. A diminuição do gelo no verão ártico, por exemplo, chegou a seu nível recorde em 2007. Cerca de 40 países industrializados se comprometeram, com a assinatura do Protocolo de Kyoto, a reduzir as emissões de gases-estufa no período de 2008-2012, mas ainda há erros no modo de medição e controle. Algumas formas de cálculo dos gases poluentes, em nível nacional, já consideradas é contar todas as fontes de emissão --de carros a vacas--, melhorar as estações climáticas terrestres e colocar em 2013 um satélite-observatório do clima em operação.
(Folha de São Paulo, 18/04/2011)