O governo mexicano concedeu esta semana a primeira permissão para o plantio experimental de milho transgênico. Manifestantes pedem que o parecer da liberação dada à empresa Monsanto torne-se público. O anúncio do governo mexicano provocou indignação imediata de militantes da Campanha Nacional “Sín maíz no hay país” (Sem milho não há país) e da União de Cientistas Comprometidos com a Sociedade (UCCS). Eles ressaltam que a decisão deve ser analisada por técnicos e pedem que o parecer da permissão seja divulgado publicamente.
As organizações civis alegam que esta concessão abriria portas para o plantio massivo de milhos transgênicos no país, o que colocaria em risco a alimentação da população mexicana e a agricultura nacional. Segundo eles, este plantio viola a Lei de Biossegurança de Organismos Geneticamente Modificados. Os ativistas questionam a concessão para o plantio em Tamaulipase. Dizem que ela é "contraditória", já que no início deste ano foi negada uma permissão semelhante de plantio piloto de milho transgênico em Sinaloa, outro estado mexicano.
O próprio governo do México investiu em uma pesquisa conduzida pela Comissão Nacional para o Conhecimento e uso da Biodiversidade (CONABIO). O estudo revela evidências científicas para proibir o plantio de milho em todo o país. Os ativistas acusam o governo mexicano de servir aos interesses econômicos da empresa Monsanto e de ignorar os argumentos técnicos e legais sobre plantio de transgênicos. Para eles, a decisão mostra que o governo não está interessado em fomentar a produção campesina de alimentos com tecnologias sustentáveis, sem riscos nem controles por monopólios.
No Brasil, a primeira liberação de uma variedade de milho geneticamente modificado aconteceu em 2007. Na época, a Anvisa e o Ibama questionaram a liberação na Justiça. Os órgãos responsáveis pela saúde e meio ambiente afirmaram que não foram tomadas as medidas necessárias para evitar danos. Atualmente, estima-se que metade da área de milho plantada no Brasil seja composta por transgênicos
(Agência Pulsar/EcoAgência, 15/04/2011)