Teve início ontem (14), em Fortaleza (CE), o Seminário Políticas Públicas em Economia Solidária e Meio Ambiente: Experiências e Debates. Promovido pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Banco do Nordeste, o evento pretende estimular o debate e a troca de experiências nos campos da Economia Solidária e Meio Ambiente.
Economia Solidária e Ecossocialismo: mera utopia? foi o mote da mesa de abertura, com a participação de Roberto Marinho Alves, diretor de Política e Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), e de João Alfredo Telles de Melo, vereador de Fortaleza.
Amanhã, os trabalhos prosseguem com a mesa redonda "UFC/BNB no Campo da Economia Solidária: Pesquisa, Formação, Mobilização", no auditório Raquel de Queiroz (Centro de Humanidades da UFC, área II).
Pela tarde, haverá comunicações de projetos de pesquisa e extensão, visando a troca de experiências entre os participantes. Depois, no auditório do Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais (Nuper), da Faculdade de Educação da UFC (Faced), será debatido Políticas Públicas, Meio Ambiente e Economia Solidária.
O encontro é fruto do projeto de extensão universitária Crédito do Saber, desenvolvido por professores e alunos das Ciências Sociais com o intuito de promover uma cultura de políticas públicas.
As ações do projeto consistiram em entrevistas com estudantes da UFC sobre as temáticas da economia solidária e do meio ambiente; seminários com agricultores, professores da educação básica, funcionários públicos, ativistas de ONGs em Fortaleza e nos municípios de Baturité, Quixadá, Caucaia, Sobral e Crato; e um curso com duração de três meses, no qual 75 participantes sistematizaram a discussão sobre Economia Solidária e Meio Ambiente.
A professora e pesquisadora Neyara Araújo, membro da organização do Crédito do Saber e do seminário, avalia que todo o esforço de reflexão das duas iniciativas se volta para pensar uma nova relação com a natureza.
"É o preparo para outra economia, possibilidade histórica posta no século XXI, fundamentalmente ligada a uma revisão do sentido de natureza. Nós, seres humanos, temos que pensar como a ecologia radical: nós somos um ser da natureza, e não proprietários dela. Não podemos mais ter essa visão utilitarista", declarou.
Neyara explicou que a contribuição da Economia Solidária para essa mudança de postura está no fato de buscar superar o trabalho como mercadoria, alienado, propondo, em seu lugar, o trabalho autogestionário. "A Economia Solidária pretende superar a alienação, possibilitando ao homem se perceber parte da natureza", afirmou.
Serviço:
O Auditório Raquel de Queiroz fica no Centro de Humanidades da UFC, área II, na Avenida da Universidade 2762, bairro Benfica.
O Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais (Nuper), da Faculdade de Educação da UFC, está localizado na Rua Waldery Uchoa, 01, Benfica.
As matérias sobre Finanças Solidárias são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
(Adital, 15/04/2011)