Cientistas franceses e espanhóis desenvolveram um biopetróleo produzido com microalgas que se alimentam do dióxido de carbono (CO2) lançado por uma fábrica de cimento vizinha. O trabalho vem sendo desenvolvido há cinco anos pelos pesquisadores e apesar do seu caráter experimental, o projeto solidifica-se rapidamente.
A ideia é reproduzir um processo que durou milhões de anos quando o fitoplâncton tornou-se petróleo. Através dessa tecnologia os cientistas aceleraram esse processo para obter um petróleo equivalente ao que é explorado atualmente.
As microalgas usadas nas experiências foram recolhidas do Mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico e levadas em tubos. Assim, elas reproduzem-se em grande velocidade, desdobrando-se diariamente por fotossíntese graças ao CO2 emitido pela fábrica.
Diariamente, o líquido concentrado é retirado e filtrado, permitindo a obtenção de uma biomassa que produzirá petróleo. A água restante volta a ser introduzida nos tubos. A grande vantagem deste processo é que ele ajuda a minimizar a contaminação, por absorver CO2 emitido por empresas e que de outra forma acabaria na atmosfera. Mesmo que ele não impeça que a queima do combustível resulte na emissão de outros gases causadores de efeito estufa. Os pesquisadores acreditam que de cinco a dez anos o petróleo ecológico possa passar a uma produção industrial.
(Zero Hora/ Ciclo Vivo, 13/04/2011)