Os pinguins jovens da Antártida estariam morrendo devido a dificuldades para encontrar alimento, já que o derretimento do gelo afasta sua principal fonte de alimento, o krill --pequenos crustáceos parecidos aos camarões, presentes fundamentalmente na cadeia alimentar de baleias, focas e pinguins. A informação é de cientistas americanos.
Só cerca de 10% dos bebês pinguins etiquetados estão retornando em dois a quatro anos para reproduzir-se. Na década de 1970, essa cifra variava entre 40% e 50%, assinala o estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".
Conhecidos por suas marcas na cabeça semelhantes a um gorro e pela linha preta no pescoço, os pinguins-de-barbicha (Pygoscelis antarctica) são o segundo maior grupo na região --em primeiro são os pinguins-macaroni (Eudyptes Chrysolophus).
Os barbichas correm risco particular pois sua população se restringe a uma só área, as ilhas Shetland do Sul (entre a península antártica e Ushuaia, no extremo sul da Argentina).
"É uma mudança dramática", disse à AFP Wayne Trivelpiece, da Divisão de Investigação do Ecossistema Antártico da Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA).
"Ainda há entre 2 milhões e 3 milhões de casais de pinguins-de-barbicha nesta região, mas havia entre 7 milhões e 8 milhões duas décadas atrás", assinalou.
(Folha de São Paulo, 13/04/2011)