Naoto Kan pede que população retome sua rotina normalmente
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, pediu à população que não entre em pânico, após o governo aumentar o nível de gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo. Nesta terça-feira, 12, em um discurso televisionado, Kan pediu que as pessoas continuem focadas na recuperação dos desastres.
Segundo o primeiro-ministro, a situação na usina de Fukushima está se estabilizando "passo a passo", porém ainda está em uma fase em que não é possível "baixar a guarda". O nível mais alto para acidentes nucleares, sete, só havia sido usado anteriormente durante o desastre de Chernobyl, em 1986.
Um novo tremor de magnitude 6,3 pôde ser sentido no leste do Japão nesta terça-feira, o segundo em apenas dois dias. O Aeroporto Internacional de Narita fechou suas pistas temporariamente e os serviços de trem e metrô foram interrompidos, na capital, Tóquio.
Os tremores secundários acontecem um mês depois que um violento terremoto e um tsunami atingiram o país, deixando quase 28 mil pessoas mortas ou desaparecidas.
Em uma entrevista coletiva, Naoto Kan também pediu aos japoneses que retomem sua rotina após o terremoto e que se inspirem na dura experiência dos anos posteriores a Segunda Guerra Mundial, quando o país também teve que ser reconstruído. O primeiro-ministro lembrou que após a derrota na guerra, o país se levantou das cinzas e tornou-se a segunda maior economia mundial, posto que manteve entre 1968 até 2010, quando foi superado pela China.
Um mês depois do terremoto e tsunami que causou ao menos 13.228 mortes e deixa 14.529 pessoas desaparecidas, Kan acredita que este seja o momento da população japonesa seguir a vida normal.
Ele também pediu que os japoneses consumam produtos das zonas afetadas pelo desastre, "como forma de mostrar solidariedade com os mais afetados pela catástrofe", ponderou Kan. O primeiro-ministro acredita que a reconstrução do país após o terremoto e tsunami não deve ser feita apenas para restaurar a situação anterior, mas para criar um novo futuro.
(Com Efe e AP, Estadão, 12/04/2011)