Uma caravana, composta por mais de 2 mil lideranças do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), representantes do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e organizações ambientalistas como o Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace, SOS Mata Atlântica, Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), ocuparam o Eixo Monumental, em Brasília-DF, nesta quinta-feira (7), para protestar contra alteração do Código Florestal e lançar a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida.
De acordo com André Lima, advogado do Ipam e da SOS Mata Atlântica, o movimento social e o ambientalista sempre estiveram à frente dessa discussão. “Essa mobilização mostra que existe resistência ao modelo proposto pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e que o debate não é só dos ambientalistas e sim dos pequenos agricultores, que lutam pela implantação de uma política agrária e ambiental mais justa e consistente”.
“Somos contra a aprovação do Projeto de Lei que propõe a alteração no Código Florestal” – explicou Carmen Foro, secretária de Meio Ambiente da CUT. “Realizar essa marcha, dois dias depois da bancada ruralista trazer representantes do agronegócio para Brasília, demonstra a força da luta e a oposição dos agricultores familiares à flexibilização do Código Florestal, que não respeita o meio ambiente” - reforçou Carmen.
Segundo Pedro Ivo, assessor da ex-ministra Marina Silva (PV), “É preciso ressaltar que as lideranças vieram para participar dessa manifestação por conta própria. Aqui há a união do movimento ambientalista e dos pequenos agricultores e são estes atores que podem criar uma legislação ambiental não excludente, que visa a valoração da natureza, biodiversidade e dos povos que vivem e dependem destes meios ”. Na opinião das lideranças presentes na mobilização, não apenas a bancada ruralista, mas todos os órgãos do Governo Federal deveriam ouvir mais seus questionamentos e realizar consultas em caso de implantação de iniciativas que impactam diretamente os povos da floresta.
Eldécil Vigna, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), defende a idéia de que se não haver mobilização e pressão não existirá participação. Eldécil disse ainda, que a votação tem que ser suspensa e o debate tanto do Código, quanto do uso do agrotóxico tem que abrir para a sociedade civil e movimentos sociais. A mobilização, que deu início no Parque da Cidade e andou por toda a esplanada até o Congresso Nacional, passou a mensagem de que os agricultores familiares, trabalhadores rurais e ambientalistas discordam das propostas de alteração do Código Florestal defendidas pelos ruralistas e são contra o uso dos agrotóxicos.
(Rede GTA/EcoAgência, 11/04/2011)